Banco Mundial reduz previsão de crescimento global e fala em "estagflação"
Relatório rebaixa a previsão para expansão do PIB do planeta em 2022 a 2,9%, de 4,1% projetado em janeiro
O Banco Mundial rebaixou nesta 3ª feira (7.jun) a sua previsão de crescimento global para 2,9% em 2022, significativamente abaixo dos 4,1% previstos em janeiro. A instituição alertou que a invasão russa da Ucrânia ampliou a desaceleração da economia global causada pela pandemia de covid-19, aumentando o risco de estagflação (crescimento fraco e inflação elevada), com consequências potencialmente prejudiciais para as economias de renda média e baixa.
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Ainda segundo relatório "Perspectivas Econômicas Globais", de junho, espera-se que o crescimento global fique nesse ritmo em 2023-24, com 3% de crescimento global para os dois anos.
"Para muitos países, a recessão será difícil de evitar", disse David Malpass, presidente do Banco Mundial.
Somente para os Estados Unidos, o Banco Mundial reduziu sua previsão de crescimento para 2,5% este ano, após 5,7% em 2021. Para os 19 países europeus que compartilham o euro, o banco rebaixou a perspectiva de crescimento para 2,5% este ano, 1,7 pontos porcentuais abaixo do previsto em janeiro.
Na China, a segunda maior economia do mundo depois dos Estados Unidos, o Banco Mundial espera que o crescimento desacelere para 4,3%, de 8,1% no ano passado. As políticas de 'zero-covid" da China, envolvendo bloqueios draconianos em Xangai e outras cidades, paralisaram a vida econômica.
Os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento devem crescer apenas 3,4% em 2022, abaixo da taxa de 6,6% de 2021
Brasil e América Latina
A economia do Brasil deve crescer 1,5% em 2022. Espera-se que um início de ano sólido diminua devido à inflação de dois dígitos e à estagnação do investimento. Prevê-se que o crescimento desacelere acentuadamente para apenas 0,8%, em 2023. Já a Argentina está projetada para crescer 4,5% em 2022, mas com a aceleração da inflação, a estabilidade macroeconômica permanece indefinida.
O crescimento econômico deverá desacelerar acentuadamente no Chile e na Colômbia, à medida que as rápidas recuperações pós-pandemia dão lugar à restrições políticas. No Peru, o aumento da produção de mineração deve sustentar o crescimento, mas a incerteza pesará sobre o investimento.
* Com informações da Associated Press