Valor da cesta básica cresceu em 17 capitais no mês de março, diz Dieese
Na capital paulista, o conjunto de alimentos básicos apresentou o custo mais elevado
O valor da cesta básica subiu em pelo menos 17 capitais do Brasil, com destaque no Rio de Janeiro (7,65%), Curitiba (7,46%), São Paulo (6,36%) e Campo Grande (5,51%), de acordo com levantamento divulgado nesta 4ª feira (6.abr) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Na capital paulista, o conjunto de alimentos básicos apresentou o custo mais elevado no último mês: R$ 761,19. Na sequência, ficaram Rio de Janeiro (R$ 750,71), Florianópolis (R$ 745,47) e Porto Alegre (R$ 734,28).
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A capital onde houve o menor aumento de preço foi Salvador (1,46%). As 17 que registraram crescimento no valor são todas as capitais onde o Dieese faz a pesquisa mensal. De acordo com a entidade, considerando a cesta básica mais cara (São Paulo) e a determinação constitucional segundo a qual o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas do trabalhador e sua família com alimentação, moradia e saúde, entre outros, no último mês, o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas se manter era de R$ 6.394,76, patamar 5,8 vezes superior ao atual (R$ 1.212,00). Em fevereiro deste ano, o valor deveria ter sido de R$ 6.012,18 e, em março de 2021, de R$ 5.315,74.
De março do ano passado para o terceiro mês de 2022, o preço da cesta básica cresceu nas 17 capitais também; as variações oscilaram entre 11,99% (Aracaju) e 29,44% (Campo Grande). No último mês, acrescenta o Dieese, o tempo médio necessário de trabalho para comprar o conjunto de alimentos básicos foi de 119 horas 11 minutos, sendo que em fevereiro era de 114 horas e 11 minutos e, em março de 2021, de 109 horas e 18 minutos.
Ainda em relação ao terceiro mês de 2022, os trabalhadores que recebem o piso nacional gastaram em média 58,57% da renda (descontado dela os 7,5% do INSS) para comprar a cesta, ante 53,71% do mesmo período do ano passado e 56,11% de fevereiro. Dentre os alimentos básicos, do segundo mês do ano para março, feijão, óleo de soja, pão francês e farinha de mandioca apresentaram alta em todas as capitais pesquisadas, enquanto tomate e leite integral tiveram em 16, e açúcar e manteiga, em 15. Há diferentes motivos confirmados ou possíveis para as altas; no caso do feijão, por exemplo, houve baixa oferta e redução da área plantada do grão carioca, além de aumento na procura pelo grão preto nos centros consumidores.
São Paulo
Na capital paulista, a cesta básica em março de 2022 custava 21,6% mais caro que no mesmo período do ano passado, sendo que 12 dos 13 produtos registram crescimento de preço no último mês frente a fevereiro: tomate (35,36%), batata (15,36%), feijão carioquinha (8,62%), café em pó (8,31%), óleo de soja (6,69%), leite integral (6,64%), farinha de trigo (4,70%), arroz agulhinha (4,07%), carne bovina de primeira (3,32%), pão francês (2,78%), açúcar refinado (0,95%), manteiga (0,77%) e banana (-8,66%). Neste ano, os produtos básicos na cidade acumulam crescimento de 10,24% no valor.
De março de 2021 para o terceiro mês de 2022 houve alta em 12 dos 13 produtos no município também: tomate (93,37%), café em pó (72,30%), açúcar refinado (46,21%), batata (34,58%), manteiga (24,70%), óleo de soja (24,14%), farinha de trigo (15,58%), carne bovina de primeira (13,36%), pão francês (12,76%), leite integral (9,03%), banana (6,50%), feijão carioquinha (6,13%) e arroz agulhinha (-15,23%). Ainda de acordo com o Dieese, no mês passado, um morador de São Paulo que recebia um salário mínimo teve que trabalhar durante 138 horas e 10 minutos para comprar a cesta, ante 129 horas e 54 minutos de fevereiro e 125 horas e 12 minutos de março do último ano. Além disso, precisou reservar 67,90% da renda para adquirir um conjunto de produtos básicos, suficientes para alimentar um adulto em um mês; em fevereiro, foi 63,83% e, no mês três de 2021, 61,52%.