Intenção de Consumo das Famílias cresceu pelo 3º mês consecutivo, diz CNC
Dentre os subíndices avaliados, o destaque positivo em março foi o Emprego Atual
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) chegou em março a 78,1 pontos, o maior nível desde maio de 2020 -- mas ainda fora da zona de satisfação (100 pontos) --, segundo comunicado divulgado nesta 4ª feira (23.mar) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em comparação com o mesmo período do ano passado e fevereiro deste ano, houve altas no índice de 5,9% e 1,8%, respectivamente. É o terceiro mês consecutivo de aumento na ICF.
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As famílias com renda superior a 10 salários mínimos (R$ 12.120,00) apresentaram o menor nível de insatisfação na ICF, com 94,5 pontos, o que representa alta de 1% de fevereiro para março e de 11% em comparação com o terceiro mês do ano passado. Já aquelas com renda menor que 10 salários mínimos registraram 74,7 pontos - alta de 2,1%, na comparação mensal, e de 4,4%, na anual. Em relação às regiões do país, em março, nenhuma apresentou queda mensal de ICF, o sudeste teve o maior aumento (2,1%), o sul ficou com o menor nível de insatisfação (88,4 pontos), e o nordeste, com o maior (58,8 pontos).
A CNC acrescenta que, dentre os subíndices que avaliou da ICF nacional, o destaque positivo foi o Emprego Atual, que alcançou 102 pontos e, assim, se tornou o primeiro a voltar a ser considerado satisfatório pelos consumidores. De acordo com a CNC, desde maio de 2015, a ICF vem ficando fora da zona de satisfação, mas, neste mês, seis dos sete subíndices registram alta, entre os quais também Acesso ao Crédito -- apesar de a Selic vir subindo nos últimos meses -- e Renda Atual (3,2%, a terceira alta mensal seguida).
Diante dos resultados, o presidente da entidade, José Roberto Tadros, pontuou: "Com maiores chances de emprego, consequentemente, os consumidores passaram a ter mais acesso à renda. Esse processo levou a um aumento do percentual de famílias que consideraram sua renda melhor do que no ano passado". A economista da CNC responsável pelo levantamento, Catarina Carneiro da Silva, por sua vez, disse que "mesmo com as famílias ainda considerando, em sua maior parte, dificuldade de ter acesso ao crédito, o segundo aumento seguido desse componente aponta que a renda mais equilibrada e maior confiança na manutenção do emprego proporcionam condições de consumo favoráveis o suficiente para compensar esse desafio". Catarina explica também que melhora em Acesso ao Crédito favorece principalmente a compra dos chamados bens duráveis, como eletrodomésticos, eletrônicos e imóveis, visto que, por serem caros, são geralmente adquiridos com parcelamento.
O indicador Momento para Compra de Duráveis é o menor da pesquisa, mas cresceu 0,8% de fevereiro para março, interrompendo sequência de quedas. O único subíndice da ICF que caiu neste mês foi Perspectiva de Consumo (1,2%). Segundo a economista da CNC, o motivo é a incerteza sobre o futuro gerada num cenário de guerra na Ucrânia e de dificuldades econômicas internas no Brasil.
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