Presidente do BC diz que inflação continuará acima da meta em 2022
Campos Neto enviou carta a Guedes; documento atribui aumento do preços à conta de luz e petróleo
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, enviou uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta 3ª feira (11.jan). O comunicado atribuiu o aumento da inflação ao petróleo e a energia elétrica, e disse que a tendência é continuar com a alta dos preços além da meta em 2022.
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou que a inflação brasileira fechou o ano em 10,06%, o maior número desde 2015. O valor ficou bem acima do previsto como meta para o ano: 3,75%.
O comunicado do BC destacou três fatores para o aumento da taxa: elevação de bens, com destaque em preços de commodities; a escassez hídrica, que provocou a mudança na bandeira de energia elétrica; e desequilíbrios de mercado entre oferta e demanda de insumos.
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O Banco Central também diz que tem atuado para controle da taxa básica de juros, e continuará com a ação para cumprir as metas da inflação. Ainda diz que as projeções são de diminuição da inflação. Segundo análise de dezembro feita pelo BC, o estimado é que a taxa vá para 4,7% em 2022. Mesmo com a redução, o valor segue mais alto que a meta.
"O cenário é de convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante. Nesse cenário, em 2022, a inflação ainda se mantém superior à meta, embora dentro do intervalo de tolerância, em virtude dos efeitos inerciais da inflação de 2021", diz trecho do documento.
A carta também traz um posicionamento do Comitê de Política Monetária (Copom), com pedido para reformas e ajuste para retomada da economia. "O Copom reitera que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira segue sendo essencial para o crescimento sustentável da economia", destaca.