CNI projeta crescimento de 1,2% para atividade econômica em 2022
Inflação em 2021 deve encerrar em 10,3%. Projeção para ano que vem é de 5%
A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), deve encerrar 2021 em 10,3%, maior taxa desde 2015 e muito acima da meta estabelecida pelo Banco Central (Bacen). No entanto, para o próximo ano, a estimativa, segundo o estudo Economia Brasileira - Edição Especial do Informe Conjuntural da Confederação Nacional da Indústria (CNI) é a diminuíção do IPCA que pode cair pela metade e chegar a 5%, patamar ainda elevado, mas dentro do teto da meta da inflação.
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A projeção de desaceleração da inflação é ocasionada pela estimativa de estabilidade do preço dos combustíveis e da energia elétrica, pela possível queda significativa do preço dos alimentos (ocasionada por uma melhor safra do que em 2021) e pela perda de fôlego do processo de retomada da economia em 2022, segundo CNI. A taxa básica de juros, a Selic, utilizada pelo Bacen para controlar a inflação, deve chegar a 11,5% em 2022.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a projeção da CNI para 2022 é de desaceleração do crescimento econômico. O PIB deve crescer somente 1,2% no próximo ano, uma queda de 74,46% se comparada ao PIB estimado pela CNI para 2021, de 4,7%. De acordo com Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, o crescimento de 1,2% é "frustante". "O Brasil para recuperar os empregos, a economia e ter condições de investir em diversos setores, é preciso ter um crescimento acima de 3% e um crescimento continuado", diz.
Avaliação do setor industrial
Em 2021, a produção industrial teve desempenho negativo, por causa da escassez ou do aumento dos preços dos insumos essenciais à atividade industrial. Entre os principais fatores, o fechamento das atividades econômicas foi um ponto que resultou neste gargalo de produção. Houve a falta de chips e semicondutores, de contêineres, alumínio e magnésio. Mesmo com todos os empecilhos, a previsão para o PIB industrial de 2021 é de 5,2%.
Já para 2022, a expectativa da CNI é de um crescimento de 0,5% para o setor industrial. "Crescer 0,5% é um crescimento muito baixo para uma indústria brasileira tão diversificada. Não é nada significativo para uma indústria moderna, para nós representa uma frustração", diz Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.
Desemprego
O Brasil entra em 2022 com a taxa da inflação elevada, altas nas taxas de juros, endividamento maior das famílias, escassez de insumos e matérias-primas, custos de energia e taxa de desocupação ainda em alta. No entanto, em 2022, a CNI espera o aumento da ocupação e recuperação da força de trabalho com o avanço do setor de serviços.
Segundo o levantamento da CNI divulgado nesta 4ª feira (15.dez), a taxa de desemprego média deve chegar aos 13,4% em 2021 e em 13% em 2022. No próximo ano, a confederação projeta a recuperação do consumo e do emprego em serviços como transporte, alojamento e alimentação. "Projetamos a continuidade do aumento da ocupação e da recuperação da força de trabalho ao longo do ano. Desta forma, o resultado da taxa de desocupação média deverá ser ligeiramente inferior à de 2021, ficando em 13%", diz Mário Sérgio Telles, gerente-executivo de Economia.
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