O que a Justiça Eleitoral está fazendo para evitar filas no 2º turno? Entenda
Tribunais Regionais de 3 estados e do DF explicam para o SBT News De Fato como pretendem agilizar votação

SBT News

Em 4 de outubro, durante sessão plenária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes afirmou que a Corte Eleitoral estava tomando as medidas necessárias, junto aos Tribunais Regionais Eleitorais, para que as filas registradas em algumas seções eleitorais não ocorressem novamente no segundo turno. O SBT News De Fato procurou saber o que está sendo feito, na prática, para que os eleitores não precisem aguardar um longo tempo para votar.
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Qual é a explicação para as filas?
Em 2 de outubro, milhares de eleitores receberam senhas e tiveram que esperar por até três horas para poder votar em diversos estados. Em São Paulo, por exemplo, 136 urnas (0,13% do total) só concluíram os trabalhos entre 19h e 20h e uma urna seguiu até depois das 21h.
No Rio Grande do Sul, cerca de 100 urnas só foram encerradas perto das 20h. Em Alagoas, a última seção eleitoral foi fechada às 22h30. Nos três estados, a explicação dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para a demora inclui mais de um motivo.
O primeiro é que o eleitor precisou fazer cinco escolhas. O segundo é que dependendo da destreza do cidadão, o voto demorou mais tempo para ser efetivado. Para o TRE de Alagoas, o real motivo para as longas filas foram os cidadãos que não levaram a cola na hora de votar. O Tribunal Regional do Rio Grande do Sul também afirma que a falta da cola atrasou a votação:
"Infelizmente, apesar de todos os apelos à Justiça Eleitoral, verificamos que foi muito pequeno o número de eleitores que efetivamente levaram uma cola com os seus números anotados. Muita gente se confundiu na hora e acabou demorando um pouco mais pra votar. O tempo de votação médio no RS foi de 58 segundos, mas tivemos eleitores que levaram até 10 minutos para encerrar o voto", explica o Secretário de Tecnologia da Informação do TRE-RS, Daniel Wobeto.
Em São Paulo, esse tempo médio foi parecido, ficando em 57,21 segundos, quase 1 minuto. O terceiro ponto é que houve um desequilíbrio no comparecimento das pessoas, muitos eleitores indo para as seções em um mesmo horário. No RS, isso se deu entre o final da manhã e início da tarde, por exemplo.
O último ponto que colaborou para a formação de filas foi a identificação biométrica. O TRE de São Paulo argumenta que o sistema biométrico confere mais segurança ao processo eleitoral, porém é mais demorado do que a identificação tradicional. Caso o eleitor não seja identificado na primeira tentativa, são feitas mais três.

Vai melhorar no 2º turno?
Segundo o TRE de São Paulo, tudo indica que sim. É esperado que a votação seja mais rápida no segundo turno, já que são, no máximo, dois cargos em disputa. Também contribui o fato de os eleitores já conhecerem sua seção eleitoral e os mesários estarem repetindo o processo feito no primeiro turno.
Em todo o país, mesárias e mesários que atuarão em 30 de outubro foram informados que um conteúdo de reforço criado pela Justiça Eleitoral será disponibilizado. O treinamento ficará disponível até o dia 27, na página de Educação a Distância do TSE, e até o dia 29, no aplicativo Mesário.
O Tribunal Regional do Rio Grande do Sul usou as estatísticas geradas pelas urnas eletrônicas para decidir onde houve mais problemas com leitor biométrico. A solução incluiu a troca de urnas e até mesmo nova orientação aos mesários. Os técnicos do TRE apontam mais um fator identificado após obterem as estatísticas e que, após reorientação dos mesários, deve acelerar o processo no segundo turno:
"É o intervalo entre eleitores. Muitos mesários não chamavam o próximo da fila enquanto um outro eleitor estava votando, mas o TRE preconiza que quando um eleitor estiver liberado da biometria e estiver se dirigindo para urna, o mesário que fica com caderno de votação já chame o próximo. Com isso, a gente reduz o tempo de ociosidade da urna eletrônica. Esse nos parece ser o fator mais relevante para gerar agilidade numa seção eleitoral", afirma Wobeto.
Para facilitar esse fluxo, no Distrito Federal há a recomendação de que, onde possível, as salas de votação sejam montadas mais espaçadas umas das outras. Em Alagoas, os mesários e os chefes de cartório foram orientados para organizar melhor o fluxo das pessoas nos locais de votação, colocando mais lugares nas salas de aula para as pessoas sentarem.
E vai ter biometria de novo?

O TRE de São Paulo esclarece que todos os eleitores, incluindo os que não votaram no primeiro turno, poderão ser identificados por meio da biometria. Tanto os que já coletaram suas digitais anteriormente, quanto aqueles que tiveram seus dados importados do Denatran.
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>> Fotos por Tomaz Silva/Rovena Rosa/Agência Brasil e Alejandro Zambrana/Secom/TSE
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