Bolsonaro diz que variante ômicron da covid-19 não matou ninguém
Presidente ainda afirmou que nova cepa é bem-vinda porque seria um "vírus vacinal"
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a questionar a gravidade da pandemia, em entrevista à Gazeta Brasil, nesta quarta (12.jan). Sem apresentar provas, Bolsonaro afirmou que a variante ômicron não gerou vítimas fatais, mas apenas serviu como doença oportunista para provocar a morte de pessoas com comorbidades ou deficiência imunológica.
"A ômicron não tem matado ninguém. O que morreu aqui em Goiás não foi de ômicron... Com ômicron. Na verdade, ele foi com ômicron, e não de ômicron. Ele já tinha problemas seríssimos, em especial nos pulmões. E acabou falecendo. Agora, a ômicron já espalhou pelo mundo todo, como as próprias pessoas que entendem de verdade dizem. Que tem uma capacidade de se divulgar, se difundir, muito grande. Mas de letalidade muito pequena", afirmou o presidente.
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Em outro ponto da entrevista, novamente sem apresentar indícios, Bolsonaro afirmou que a variante é benéfica para gerar imunidade e colocar fim à transmissão comunitária. "Dizem até que seria um vírus vacinal. Deveria até, segundo algumas pessoas estudiosas, sérias e não vinculadas a farmacêuticas, né, dizem que a ômicron é bem-vinda e pode, sim, sinalizar o fim da pandemia."
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a variante ômicron não deve ser descrita como branda, porque já registrou mortes em diversos países, inclusive no Brasil. O primeiro óbito foi confirmado pela secretaria de saúde de Aparecida de Goiânia, onde um homem de 68 anos foi vítima da doença. Ele também sofria de hipertensão, diabetes e doença pulmonar obstrutiva crônica.
Ao contrário do que disse Bolsonaro, não há registro de estudos científicos que indiquem a variante ômicron como responsável por garantir imunidade coletiva contra a covid-19. Autoridades de saúde mundiais são unânimes em promover a vacinação como forma de aumentar a resistência ao vírus e impedir o colapso de hospitais.
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