À CPMI do 8/1, hacker conta plano de grampo contra ministro Alexandre de Moraes
Delgatti diz ter recebido pedido para assumir autoria de crime de gravação de magistrado
O hacker Walter Delgatti Neto relatou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi grampeado por movimentação do governo Bolsonaro e que ele recebeu um pedido do presidente para assumir o crime.
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"Eu falei com o presidente da República e, segundo ele, eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do Ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, esse grampo foi realizado já, teria conversas comprometedoras do ministro e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo", declarou, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro, nesta 5ª feira (17.ago).
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Delgatti ainda disse que a intenção era que a atribuição ficasse a ele por ele ser, à época, o "hacker da Lava Jato", e que isso o associaria à esquerda. O hacker também disse que esse processo teria sido feito por agentes de outro país, e que ele teria apoio do governo para não responder pelo crime.
"Ele disse, no telefonema, que esse grampo fora realizado por agentes de outro país. Ele me disse. Não sei se é verdade, se realmente aconteceu o grampo, porque eu não tive acesso a ele. E disse que em troca, eu teria o prometido induto. E ele ainda disse assim: olha, se caso alguém te prender, eu mando prender o juiz", disse.
O uso do grampo foi rechaçado por Fabio Wajngarten, um dos advogados e assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em rede social, ele afirmou que a declaração foi mentirosa. "Jamais houve grampo, nem qualquer atividade ilegal nem não republicana", escreveu.
NUNCA, JAMAIS, houve grampo, nem qualquer atividade ilegal, nem não republicana, contra qualquer ente político do Brasil por parte do entorno primário do Presidente.
? Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) August 17, 2023
Mente e mente e mente.
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