Zambelli: além do cerco da PF, deputada está na mira do Conselho de Ética da Câmara
Colegiado vai discutir conduta de parlamentar por xingamento a outro deputado na mesma semana de depoimento
Em meio às pressões após operação da Polícia Federal, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados vai retomar a votação de denúncia contra a contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na próxima semana. O caso diz respeito a conduta adotada pela parlamentar contra o deputado Duarte Junior (PSB-MA), que apura xingamento contra o parlamentar. Este é o quinto caso contra Zambelli que chegou no Conselho desde que ela se tornou deputada.
Na apuração da vez - que ainda não foi agendada, mas deverá ocorrer na 3ª ou na 4ª feira -, o relator já aceitou a denúncia. O deputado João Leão (PP-BA) afirmou em voto que o entendimento não está relacionado a outros processos contra a parlamentar. "Não estou lhe julgado por nenhum outro ato que a senhora praticou. Em São Paulo, a senhora correu com uma arma na mão", declarou. Mas ainda assim ele optou pela admissibilidade.
A votação dos deputados deve vir após depoimento de Zambelli à Polícia Federal. Com anúncio da defesa de que ela poderá ficar em silêncio, caso os advogados não tenham acesso ao inquérito, a previsão é de que ela preste esclarecimentos na 2ª feira (7.ago). Ela será questionada em investigação que apura invasões a sistemas do Conselho Naiconal de Justiça (CNJ) e de inserção de documentos em alvarás de solturas falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão. Depoimento do hacker Walter Delgatti Neto atribuiu à deputada pedidos de invasão relacionados ao tema. Cita ainda articulações antidemocráticas.
Nos bastidores, há a consideração de que a parlamentar poderá ser cassada, em decorrência de processos contra ela em andamento junto ao Tribunal Superior Eleitoral em pedido de convocação das Forças Armadas referentes ao processo eleitoral de 2022, e na apuração em andamento pela PF. Pedidos relacionados aos fatos recentes não foram levados ao Conselho de Ética.
Ao SBT News, a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), considera que, em breve, Zambelli poderá passar por um "desfecho ruim", com a evolução dos processos em andamentos pelas próprias instituições. "É uma somatória de fatores que levam para o mesmo caminho na verdade, são diferentes atentados contra o processo eleitoral, contra a vontade popular, contra as contra as eleições. Então, em breve, deve ter um discurso ruim", considera.
Parlamentares do PL evitam comentar o tema, sem exposições públicas em defesa da parlamentar. O partido não se pronunciou de forma oficial a respeito do caso envolvendo Zambelli. Por rede social, o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, disse que a Constituição deve ser seguida de forma rigorosa, de forma que sejam garantidos "os direitos constitucionais e a presunção de inocência". Valdemar também disse não concordar "com eventuais erros cometidos por parlamentares do partido".
O caso no Conselho de Ética
Zambelli participou da última sessão no Conselho de Ética, mas não comentou a respeito da operação da Polícia Federal. Relacionada ao caso em análise pelos deputados, a parlamentar negou ter xingado o deputado Duarte Junior (PSB-MA), e disse que poderia pedir desculpas ao parlamentar em plenário. O atrito entre os dois ocorreu em 11 de abril, em reunião da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, que recebeu o ministro da Justiça, Flávio Dino. A comissão apura conduta da deputada ao proferir xingamento atribuído a Duarte Junior.
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