Lawand ouve pedido de prisão e críticas até da oposição na CPI do 8/1
Militar foi flagrado em troca de mensagens com Mauro Cid pedindo intervenção militar após as eleições de 2022
Parlamentares governistas e de oposição membros da CPI mista do 8 de Janeiro endossaram críticas e pedidos de prisão ao coronel Jean Lawand Júnior, do Exército, flagrado em trocas de mensagens pedindo intervenção militar no País ao ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid.
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Para deputados e senadores, Lawand mentiu ao afirmar que não apoiou uma tentativa de golpe após o resultado das eleições de 2022. No começo do depoimento desta 3ª feira (27.jun), o militar disse ao colegiado que "em nenhum momento falou sobre golpe, em nenhum momento atentou contra a democracia brasileira".
A fala do coronel, porém, vai na contramão do conteúdo apreendido pela Polícia Federal no celular de Mauro Cid. Em um aplicativo de mensagens, os investigadores encontraram o seguinte recado de Lawand ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro: "Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara", afirmou em um áudio a Cid, em 1º de dezembro de 2022.
Diante da clara contradição, deputados e senadores de oposição e governistas rebateram as declarações de Lawand e chegaram a pedir sua prisão por mentir em depoimento. "Olha, sinceramente, eu não sou Presidente, não posso te dar ordem de prisão, mas, se coubesse a mim, o senhor não sairia daqui solto", disse o deputado Rogério Correia (PT-MG).
"Nós não podemos engolir a sua versão, a versão que está sendo posta aqui. O senhor era Subchefe do Estado-maior do Exército, e, portanto, não era uma pessoa secundária na corporação, nessa instituição, que nós respeitamos, a instituição das Forças Armadas brasileiras", completou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
O coronel não foi poupado das críticas nem mesmo por aliados de Bolsonaro na comissão. "O senhor não convence ninguém (...) A transcrição é muito clara", afirma o senador Marcos Rogério (PL-RO), que é do mesmo partido do ex-presidente.