Publicidade

Adiamento no Supremo abre espaço para Congresso decidir sobre marco temporal

Com pausa estimada em 90 dias, pressão aumenta para que texto avance no Senado

Adiamento no Supremo abre espaço para Congresso decidir sobre marco temporal
indígena marco temporal
Publicidade

O novo adiamento da votação do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF) abriu espaço para que a decisão que trata o tema avance no Congresso. Movimentos iniciados pela bancada ruralista aumentam a pressão para que o texto seja votado com urgência no Senado - até o meio da semana, 23 senadores haviam apoiado o movimento.

Mesmo com a expectativa de que a urgência não vá adiante, conforme foi afirmado pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a janela de mais de 90 dias definida pela Corte permite que a proposta seja discutida nas comissões para as quais foi encaminhada - a de Agricultura, Pecuária e Reforma agrária e a de Constituição, de Justiça e de Cidadania.

Na de Agricultura, a relatoria ficou com a senadora Soraya Thronicke (União-MS), que preside a própria comissão. Na última reunião do colegiado, Thronicke reforçou a intenção em analisar o tema com cautela, sem ainda confirmar uma data para colocar o projeto em pauta, o que foi questionado por senadores da comissão.

O movimento de ruralistas é visto nos corredores e reforçado por parlamentares que defendem a causa indígena. Ao SBT News, a presidente da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais e coordenadora da Frente Parlamentar dos Povos Indígenas, Célia Xakriabá (PSol-MG), afirmou que havia investida de deputados e senadores para impedir o julgamento do STF, e que a proposta do Congresso vai além da definição da tese temporal para demarcação de territórios.

"É muito grave essa celeridade dessa bancada que avança, não quero chamar de bancada ruralista, mas bancada do desmatamento [...] Nosso receio é que o julgamento do marco temporal perde o efeito somente do marco. O projeto ressuscitou a antiga PEC e implica em procedimentos da demarcação de terras indígenas", destacou Xakriabá.

Na Câmara, a pressão encabeçada pela Frente Parlamentar da Agropecuária fez com que o marco temporal passasse com folga em plenário. Em maio, após definir a urgência da medida, o projeto foi aprovado por 283 votos a favor e 155 contrários. No Senado, a base governista trabalha com o pedido para ampliação de discussões, para que o texto também vá à comissão de Direitos Humanos e à comissão de Meio Ambiente.

O que é marco temporal

O principal ponto apresentado pelo marco temporal é o de que os indígenas só devem ter direito a determinado território se comprovarem que estavam no local desde a promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. A possibilidade é criticada por instituições e pelos povos originários, que apontam questões culturais e de conflito relacionadas à migração. Na prática, a tese pode permitir que grupos originários sejam expulsos de terras em que vivem atualmente, se não comprovarem estar no local desde 1988. A medida também pode suspender processos de demarcação de terras.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

portalnews
congresso
marco temporal
marco temporal das terras indígenas
indígenas
índios
causa indígena
lis-cappi
supremo
stf
supremo tribunal federal

Últimas notícias

Após cirurgia no cérebro, Tony Ramos apresenta melhora e deixa CTI

Após cirurgia no cérebro, Tony Ramos apresenta melhora e deixa CTI

Boletim médico informa que o ator está lúcido e foi transferido para a Unidade Semi-intensiva
Animais morrem afogados em pet shop durante enchente em Porto Alegre

Animais morrem afogados em pet shop durante enchente em Porto Alegre

Cobasi afirmou que funcionários precisaram sair do local de forma emergencial; shopping diz que avisou sobre risco de alagamento
Carreta com doações ao Rio Grande do Sul é apreendida com 53 kg de drogas

Carreta com doações ao Rio Grande do Sul é apreendida com 53 kg de drogas

Motorista confessou crime; veículo tinha credencial de ajuda humanitária e transportava donativos arrecadados pela Defesa Civil
Governador Eduardo Leite conhece cavalo Caramelo em hospital veterinário

Governador Eduardo Leite conhece cavalo Caramelo em hospital veterinário

Encontro ocorreu após assinatura de convênio para assistência a animais resgatados nas enchentes do Rio Grande do Sul
Vídeo: mulher e idosa tentam se proteger em meio a tiroteio no Rio

Vídeo: mulher e idosa tentam se proteger em meio a tiroteio no Rio

Câmeras de segurança flagraram perseguição policial a 6 suspeitos em Magalhães Bastos, zona oeste da cidade
Ministros se reúnem com Lula para discutir Rio Grande do Sul e auxílio para vítimas

Ministros se reúnem com Lula para discutir Rio Grande do Sul e auxílio para vítimas

Haddad disse que governo deve anunciar até três medidas de apoio ao estado por semana
Influencer que associou tragédia gaúcha a religiões de matriz africana é denunciada

Influencer que associou tragédia gaúcha a religiões de matriz africana é denunciada

Segundo nota do Ministério Público de Minas Genais, as falas foram “afirmações discriminatórias e preconceituosas”
Devedores têm até segunda (20) para aderir ao Desenrola Brasil

Devedores têm até segunda (20) para aderir ao Desenrola Brasil

Este é o último fim de semana para entrar no programa de renegociação de dívidas do governo; saiba as condições
Governo do RS começa a pagar auxílio de R$ 2 mil para desabrigados

Governo do RS começa a pagar auxílio de R$ 2 mil para desabrigados

Recursos doados ao estado irão beneficiar mais de 25,5 mil famílias afetadas pelas enchentes
Justiça mantém prisão de suspeito de atirar contra primeiro-ministro da Eslováquia

Justiça mantém prisão de suspeito de atirar contra primeiro-ministro da Eslováquia

Robert Fico foi atingido no abdômen e no braço; estado de saúde é estável
Publicidade
Publicidade