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Audiência com Caiado em CPI tem críticas ao MST e expulsão de ativista

Sessão foi encerrada logo após bate-boca entre governador de Goiás e deputado petista

Audiência com Caiado em CPI tem críticas ao MST e expulsão de ativista
Ronaldo Caiado fala ao microfone (Reprodução/Câmara dos Deputados)
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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), fez uma série de críticas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados, nesta 4ª feira (31.mai). A reunião foi marcada ainda pela expulsão de uma ativista pela Polícia Legislativa e bate-boca entre o governador e o deputado federal Paulão (PT-AL).

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A sessão acabou logo após o bate-boca. Segundo Caiado, o parlamentar o havia caluniado. "Vossa excelência também precisa ter mais respeito para comigo. Eu exijo respeito. Eu nunca me dirigi a vossa excelência de maneira desairosa", afirmou. Paulão, então, protestou, mas Caiado o mandou calar a boca: "Calado que eu estou falando agora. O tempo é meu". Ainda de acordo com o convidado, o deputado não tinha "argumento para poder discutir".

Caiado chamou Paulão de "mentiroso". "Você aqui não tem moral para se dirigir a mim", afirmou também, se dirigindo ao petista. Em sua fala que levou à discussão, o parlamentar havia dito, por exemplo, que, segundo o ex-senador por Goiás Demóstenes Torres, o bicheiro Carlinhos Cachoeira financiou a campanha de Caiado três vezes.

Já a expulsão da ativista na CPI, feita pela Polícia Legislativa, foi ordenada pelo presidente da comissão, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), após ela se manifestar em duas ocasiões. Na primeira, Zucco ordenou a retirada, mas recuou e falou que ela poderia ficar se não fizesse uso da palavra. Quando houve a primeira ordem, a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) protestou citando a postura do deputado Abilio Brunini (PL-MT): "Quem tem que sair é o deputado que veio para cima de duas parlamentares, e vocês vão tirar a mulher que está aqui?!".

Abilio, numa provocação a Talíria Petrone (Psol-RJ) e Sâmia, havia se posicionado na frente delas, dificultando o campo de visão.

Logo no início da reunião desta 4ª feira, houve uma confusão entre parlamentares, porque Zucco cortou o microfone de Sâmia enquanto ela apresentava questão de ordem. A deputada disse haver um inquérito contra o político por cortar o microfone dela anteriormente na CPI também.

Críticas ao MST

Ronaldo Caiado afirmou que "o MST deveria ter aprendido um pouco de que realmente nós vivemos numa democracia e é inaceitável as pessoas quererem impor suas vontades acima daquilo que a lei determina e delimita como parâmetros de convivência entre nós como cidadãos brasileiros". "E insistem alguns em querer trazer para o debate a desqualificação do produtor rural. Tentando sempre satanizar, demonizar a figura do produtor rural".

Para o governador, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra "perdeu o sentido". "A sociedade acordou e viu que era algo que não tinha sentido produzir aquela sensação de que 'olha, o Brasil não tem um programa de reforma agrária'".

Em suas palavras ainda, "as pessoas não podem se intitular como se fossem protetores dos pobres e desassistidos. Isso é falso. Essa teoria é uma teoria, realmente, que contrapõe tudo que o mundo deseja neste momento".

Caiado acusou o MST de não se explicar perante a lei. "O MST não existe, não tem entidade, não tem estatuto. Não tem pessoa física que representa, não tem CPF, CNPJ. Onde é que está rotulado de movimento?", complementou.

Deputados oposicionistas aplaudiram a fala do governador em diversos momentos, e governistas o interromperam em determinados instantes também.

O governador afirmou que pessoas que faziam tráfico de droga se resguardavam em "falsos assentamentos de ocupações" do MST "que eram feitas para dali levar adiante tráfico de entorpecentes".

De acordo com Caiado, é preciso descobrir qual a fonte de financiamento do movimento e a CPI precisa fazer um rastreamento para saber a origem do dinheiro recebido pelo MST. "Se Deus quiser, a gente ainda vai encerrar de vez essa discussão de invasão de terra no Brasil. Pelo amor de Deus. Não tem espaço. Isso aí é o mais retrógrado do que tudo que pode se ter como meta de governo", pontuou.

Segundo Nilto Tatto (PT-SP), o chefe do Executivo estadual de Goiás "fez uma insinuação de que o movimento tem ligação com o narcotráfico". "Então é criminoso e ele precisa provar".

Sâmia, por sua vez, pontuou: "O governador fez uma série de ilações, acusações, nenhuma delas com nenhuma prova, e falou muito a respeito da sua própria biografia e trajetória, mas omitiu, se esqueceu de trazer alguns fatos que são muito relevantes para a sociedade brasileira e para essa CPI". Nas palavras dela,  "ele acusou o movimento de ter relações com narcotraficantes, mas esqueceu de dizer que tem relações íntimas com o senhor Alexandre Negrão, que foi um dos principais doadores da sua campanha e que, no ano 2000, foi indiciado na CPI do Narcotráfico após ser flagrado operando refino de cocaína".

Caiado rebateu Sâmia dizendo que ela não tinha argumento. "Tanto não tem argumento para refutar que se você for no meu estado e visitar os assentamentos, você vai ver o que o estado está fazendo. Agora, o assentamento que fazia propaganda e tinha você como deputada federal vive na miséria".

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