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PEC do fim do foro privilegiado completa três anos na gaveta da Câmara

Proposta foi aprovada por deputados em comissão especial em 2017

PEC do fim do foro privilegiado completa três anos na gaveta da Câmara
plenário da Câmara dos Deputados vazia
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O projeto que diminui o número de autoridades com foro privilegiado está parado na Câmara há três anos. Parlamentares pressionam para que o texto seja colocado em votação pelo presidente da casa, Arthur Lira. A PEC foi aprovada pelo Senado em 2017. Pela proposta, o foro privilegiado ficaria restrito a cinco autoridades: ao presidente e vice-presidente da república e aos presidentes do senado, da câmara dos deputados e do Supremo Tribunal Federal. 

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Segundo o senador Álvaro Dias, "a gaveta não é o melhor lugar. É um desrespeito à população do país preservar esse privilégio de autoridades. Deplorável atraso. Uma espécie de guarda-chuva para proteger meliantes do colarinho branco. A aprovação do projeto será um salto civilizatório. É obrigação da câmara dos deputados votar. E votar já".  

Um estudo feito pelo Senado Federal aponta que 55 mil pessoas têm direito a foro especial no Brasil. O privilégio não se restringe a autoridades com representação nacional. Se estende também para políticos, juízes e procuradores do Ministério Público nos estados e municípios. Bahia (4.880), Rio de Janeiro (3.194) e Piauí (2.2773) lideram a lista de privilegiados. Enquanto o Distrito Federal corre por fora com somente 23.  

Nos corredores da Câmara, deputados se movimentam para levar o texto à votação. E já contam com mais de 50 assinaturas a favor. 11 partidos também entraram com pedido, mas a decisão está nas mãos do presidente da casa, Arthur Lira. E, embora publicamente nenhum deputado se manifeste contra as mudanças, por enquanto, o entendimento é que não existe vontade política para que a discussão avance. 

"Eu só vejo ganhos com a aprovação dessa PEC. Por duas razões: primeiro que todos são iguais perante a lei, sim. O fato de você ser político, o fato de você exercer uma função pública, não te dá o direito de fazer coisas erradas e estar protegido por tribunais superiores. Nós temos um outro ganho que é melhorar a enorme morosidade de Tribunal Superior. Eles não têm condições de julgar tanta coisa, a gente vê uma morosidade absurda", diz a Deputada Adriana Ventura, do partido Novo São Paulo.  

O presidente do instituto "não aceito corrupção", Roberto Livianu, entende que ao invés de proteger, o foro privilegia a impunidade. "Faz com que detentores de fatias expressivas do poder político e econômico sejam protegidas da ação da lei. Isso não se justifica diante da isonomia constitucional: todos são iguais perante a lei. Não é possível imaginarmos uma sociedade isonômica em que não há igualdade efetiva de todos perante a lei", afirma Livianu. 

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