CPI decide nesta 4ª se convoca governadores, Weintraub e Pazuello
Grupo de oposição tem maioria e, por isso, requerimentos devem ser aprovados; veja lista de pedidos
Sem depoimentos marcados, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid deve se debruçar nesta 4ª feira (26.mai) sobre os requerimentos apresentados até o momento. De acordo com o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), alguns têm aprovação garantida: os de governadores e prefeitos de estados e municípios alvos de operações da Polícia Federal sobre desvios na pandemia e os pedidos de reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do atual titular da pasta, Marcelo Queiroga.
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A nova oitiva do general, que comandou o Ministério da Saúde por mais tempo durante a pandemia, ganhou ainda mais força nos últimos dias. No domingo (23.mai), Pazuello participou, sem máscara e em meio a uma aglomeração, de ato em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Rio de Janeiro -- contrariando, além das recomendações sanitárias, determinações do Exército que proíbe a participação de integrantes em atos políticos. Já nesta 3ª feira (25.mai), em depoimento à CPI, a secretária de Gestão e Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, contradisse informações apresentadas ao colegiado por Pazuello, relacionadas à crise de oxigênio em Manaus e ao aplicativo TratCov.
Questionado sobre a nova oitiva de Pazuello, que compareceu ao colegiado blindado por um habeas corpus que impedia sua prisão por falso testemunho, bem como lhe garantia o direito a ficar em silêncio sobre atos que poderiam incriminá-lo, Aziz disse que que a comissão não será desmoralizada. "As mentiras estão aparecendo, não sou eu que estou dizendo. São contradições. Agora, se o ministro vier para cá sem nenhum habeas corpus que o proteja, não tenha dúbida que não será da mesma forma que foi da última vez. Nós não vamos ser desmoralizados", afirmou.
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Em relação aos governadores e prefeitos, Aziz negou que a CPI estivesse "fugindo" de seu foco inicial: apurar as ações do governo federal diante da pandemia. A investigação de estados e municípios era uma demanda do Planalto e de seus aliados, que acabou incluída como objeto da comissão -- os repasses da União a esses entes -- pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). "Estamos fazendo aquilo que o requerimento apensado da CPI manda fazer", pontuou o presidente do colegiado.
Ainda segundo Aziz, a comissão também deve ouvir todo o segundo escalão do Ministério da Saúde e o ex-assessor da Presidência Arthur Weintraub -- que é apontado como responsável por organizar uma equipe paralela de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro. A pauta desta 4ª também prevê a análise de requerimento de convocações de representantes da empresa White Martins, da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, e do ex-marqueteiro de Pazuello Markinhos Show.
Confira a lista de governadores e prefeitos que devem ser convocados:
- Wilson Lima, governador do Amazonas
- Hélder Barbalho, governador do Pará
- Wilson Witzel, ex-governador do Rio de Janeiro
- Claudio Castro, governador do Rio de Janeiro
- Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal
- Mauro Carlesse, governador do Tocantins
- Carlos Moisés, governador de Santa Catarina
- Daniela Reinehr, vice-governadora de Santa Catarina
- Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul
- Antônio Oliverio Garcia de Almeida, governador de Roraima
- Waldez Góes, governador do Amapá
- Coronel Marcos José Rocha dos Santos, governador de Rondônia
- Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra, ex-prefeito de Fortaleza (CE)
- Edvaldo Nogueira, prefeito de Aracaju (SE)
- Edivaldo Holanda Júnior, ex-prefeito de São Luís (MA)
- Tião Bocalom, prefeito de Rio Branco (AC)
- Geraldo Júlio, ex-prefeito do Recife (PE)
- Clécio Luis, ex-prefeito de Macapá (AP)
Confira os requerimentos que devem ser analisados pela CPI nesta 4ª: