Publicidade

Com novo comando, Congresso vai tocar pautas econômicas

Para diminuir efeitos da crise da covid, congressistas querem evitar temas controversos e de costumes

Com novo comando, Congresso vai tocar pautas econômicas
Congresso Nacional
Publicidade
Apesar do desejo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em destravar pautas conservadoras no Congresso, a agenda inicial do ano que vem estará focada em propostas econômicas para o país. Em meio à crise da covid-19, projetos que não vingaram em 2020 deverão entrar na rota de votação. Entre eles, a PEC Emergencial, que cria medidas de contenção de despesas para o governo; o orçamento de 2021 e a reforma tributária.

Contudo, as prioridades e a cadência com que as matérias serão analisadas dependerão de quem for escolhido para liderar a Câmara e o Senado. A única certeza é que o Executivo terá o desafio de driblar o arrocho fiscal e evitar a alta do desemprego que assombra milhares de brasileiros. Mesmo com a pressão das eleições de 2022 batendo à porta, é a economia que ditará as atividades do Parlamento, pressionado por empresários.

Para cumprir o teto de gastos e evitar a criação de um novo imposto, André Santos, diretor da Contatos Assessoria Política, explica que o Parlamento deverá abrir os trabalhos legislativos, logo após a eleição, com a PEC emergencial na pauta do Senado. É esse o texto que libera gatilhos para que governos regionais façam eventuais cortes quando os gastos obrigatórios superarem 95% da arrecadação. 

O próprio vice-presidente Hamilton Mourão chegou a fazer um apelo ao Congresso que cancelasse o recesso parlamentar para votar o texto ainda no início do ano. A medida, além de controlar despesas, congelar salários de servidores, também poderia criar o novo programa de renda mínima, chamado de Renda Brasil. Mas a ideia não ganhou força entre os congressistas e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não bancou a iniciativa.

Eleições
Na Câmara, as eleições serão decididas basicamente por dois candidatos, ambos alinhados com a agenda econômica do governo: o líder do PP, Arthur Lira (AL), aliado do Executivo; e o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), que conta com o apoio do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A principal diferença entre os dois é o eventual controle de Bolsonaro às pautas de costumes, que o ajudaram a se eleger em 2018.

O cenário do Senado, contudo, ainda está incerto. O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) já se confirmou como candidato e é apoiado por Alcolumbre. Do outro lado, um nome ainda sairá do MDB, maior bancada da Casa. O líder da sigla, Eduardo Braga (AM), os líderes do governo, Fernando Bezerra (PE), e Eduardo Gomes (TO), e Simone Tebet (MS) disputam a vaga. 

Ganhará a bênção da sigla aquele que tiver o maior número de votos. Bolsonaro ainda não escolheu quem irá apoiar. O presidente tem uma boa relação com Gomes, Bezerra e Braga, mas Pacheco também tem um bom trânsito no Planalto. O mineiro, inclusive, se reuniu com o presidente na semana passada. Tebet, por sua vez, já enfrenta mais resistência, por ser crítica a certas decisões do Executivo. 

Reforma tributária
André Santos diz que, diante da crise mundial em decorrência do novo coronavírus, é a economia que ditará as regras para a política. O Congresso tem que votar o Orçamento 2021 até março que, diante da pandemia e de disputas políticas na Comissão Mista de Orçamento (CMO), não foi apreciado. 

"Não será uma votação simples. O Brasil já enfrenta um rombo grande nas contas públicas por conta da pandemia. Isso vai interferir diretamente nos servidores e no investimento de políticas públicas, de ajuda a microempresários, e o governo sem ter como investir, só pagando despesa fixa", afirma Santos. 

Mas, para saber quanto cada pasta da Esplanada receberá, o ideal é que seja analisado após a aprovação da PEC Emergencial. "A economia está em frangalhos, não só no Brasil, mas no mundo. A economia vai impor as regras e a política terá que se adequar. Por isso é fundamental acompanhar o processo das eleições no Congresso. Todos os futuros presidentes terão que estar abertos à pauta econômica", justifica. 

Como é o caso da reforma tributária. Que avançou na Câmara, mas, sem empenho de atores do governo, não foi votada. Maia diz que o governo travou o andamento da PEC por ter sido uma proposta defendida por ele e poderia servir de combustível para eleger seu candidato à Presidência da Casa.

Enviada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em 21 de julho, a primeira fase da proposta defendida por ele unifica o PIS e Cofins na CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). Contudo, parlamentares querem ampliar as mudanças no sistema tributário e querem unir também outros impostos, como estaduais e municipais. O texto ainda está na Comissão Mista, mas Maia diz que há votos suficientes para aprovar a matéria. 

Verde e Amarela
Outra aposta para o ano que vem é uma nova edição da Medida Provisória (MP) da Carteira Verde e Amarela, que caducou no Congresso. O texto flexibiliza relações trabalhistas com a justificativa de criar novos empregos. A proposta até chegou a ser aprovada na Câmara, mas não foi analisada pelo Senado. 
Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

portalnews
economia
congresso
reforma tributaria
orçamento
reajuste servidor
2021
eleicao da camara
eleicao do senado

Últimas notícias

Vídeo: Motorista de Lamborghini joga carro sobre ladrão após assalto

Vídeo: Motorista de Lamborghini joga carro sobre ladrão após assalto

Após ter o relógio roubado, condutor avançou com carro de luxo em cima da moto; ladrão conseguiu fugir
Base aérea de Canoas é liberada para voos comerciais

Base aérea de Canoas é liberada para voos comerciais

Medida da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) visa oferecer alternativas ao fechamento do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre
Após cirurgia no cérebro, Tony Ramos apresenta melhora e deixa CTI

Após cirurgia no cérebro, Tony Ramos apresenta melhora e deixa CTI

Boletim médico informa que o ator está lúcido e foi transferido para a Unidade Semi-intensiva
Animais morrem afogados em pet shop durante enchente em Porto Alegre

Animais morrem afogados em pet shop durante enchente em Porto Alegre

Cobasi afirmou que funcionários precisaram sair do local de forma emergencial; shopping diz que avisou sobre risco de alagamento
Carreta com doações ao Rio Grande do Sul é apreendida com 53 kg de drogas

Carreta com doações ao Rio Grande do Sul é apreendida com 53 kg de drogas

Motorista confessou crime; veículo tinha credencial de ajuda humanitária e transportava donativos arrecadados pela Defesa Civil
Governador Eduardo Leite conhece cavalo Caramelo em hospital veterinário

Governador Eduardo Leite conhece cavalo Caramelo em hospital veterinário

Encontro ocorreu após assinatura de convênio para assistência a animais resgatados nas enchentes do Rio Grande do Sul
Vídeo: mulher e idosa tentam se proteger em meio a tiroteio no Rio

Vídeo: mulher e idosa tentam se proteger em meio a tiroteio no Rio

Câmeras de segurança flagraram perseguição policial a 6 suspeitos em Magalhães Bastos, zona oeste da cidade
Ministros se reúnem com Lula para discutir Rio Grande do Sul e auxílio para vítimas

Ministros se reúnem com Lula para discutir Rio Grande do Sul e auxílio para vítimas

Haddad disse que governo deve anunciar até três medidas de apoio ao estado por semana
Influencer que associou tragédia gaúcha a religiões de matriz africana é denunciada

Influencer que associou tragédia gaúcha a religiões de matriz africana é denunciada

Segundo nota do Ministério Público de Minas Genais, as falas foram “afirmações discriminatórias e preconceituosas”
Devedores têm até segunda (20) para aderir ao Desenrola Brasil

Devedores têm até segunda (20) para aderir ao Desenrola Brasil

Este é o último fim de semana para entrar no programa de renegociação de dívidas do governo; saiba as condições
Publicidade
Publicidade