Marta deve se filiar ao PT até o Carnaval e confirmar chapa com Boulos
Deputado federal e a ex-prefeita almoçaram para discutir aliança na disputa à prefeitura de São Paulo
O pré-candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, almoçou com Marta Suplicy neste sábado (13), na casa da ex-prefeita. Além dos dois, estava presente Rui Falcão, ex-presidente do PT que ajudou a intermediar a indicação de Marta para vice na chapa do hoje deputado federal.
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"Foi um excelente encontro, conversamos sobre São Paulo, os desafios da cidade. Particularmente o desafio que nós temos este ano de enfrentar e derrotar o bolsonarismo na cidade São Paulo, uma candidatura bolsonarista, reeditar uma frente democrática e discutir o futuro da cidade", afirmou Boulos.
Após o encontro, Falcão disse que a conversa foi muito amistosa, mas a confirmação da chapa só poderá ser feita quando Marta oficializar seu retorno ao PT, legenda que deixou em 2016. "Seria bom, se possível, no dia 3 de fevereiro", afirmou Falcão.
A ideia é que Boulos esteja presente à cerimônia, mas o deputado viajar para a França esta semana, para se encontrar com a prefeita de Paris, e de lá segue para Xangai, na China. Antes disso, porém, o pré-candidato deve conversar com Eduardo Suplicy, que tem exigido prévias para a escolha da vice na chapa encabeçada pelo PSOL.
A possibilidade da disputa, no entanto, foi descartada por Rui Falcão: "para ter prévia, precisa ter mais de um candidato". O ex-presidente do PT ainda classificou os rumores como um "anti-fato".
O nome de Marta foi negociado pessoalmente pelo presidente Lula, que recebeu a ex-prefeita no Palácio do Planalto. Mas o ex-senador e ex-marido de Marta argumenta que é necessário abrir uma disputa interna para a escolha do nome.
Apenas Boulos e Falcão falaram após o almoço. Marta enviou uma nota em que disse se sentir "muito honrada" pela visita e destacou um documento que, segundo ela, "é a expressão do que esta reunião representa”.
"Não, nós não vamos e não podemos fugir desta missão, São Paulo. A gente implora à sua alma vanguardista: vamos caminhar juntos para manter o seu e o nosso espírito de liberdade e respeito vivos!", diz o texto. "A hora é a de nos unirmos para construirmos a mais ampla frente política e social para o progresso e o desenvolvimento da cidade de São Paulo. O desafio central será o de nos organizarmos em torno de uma plataforma democrática de convivência e desenvolvimento da cidade de São Paulo."
Batizado de "Manifesto da Frente Ampla", o documento fala em "unir, juntar e somar todas as entidades da sociedade, partidos políticos, juventude, pessoas de todas as classes sociais, empresas, cidadãos, homens e mulheres que defendem, apreciam e lutam de forma intransigente pela manutenção de todas as nossas conquistas democráticas na nossa cidade e em nosso país."
Identificado com movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, e a esquerda, Boulos tem o desafio de conquistar apoios mais amplos para conseguir a maioria dos votos dos paulistanos. Marta Suplicy, apesar de identificada com o PT, chegou a se filiar ao MDB e estava como secretária de Relações Internacionais da gestão Ricardo Nunes (MDB). Após o convite de Lula, Marta entregou sua carta de demissão ao atual prefeito, que busca a reeleição em outubro.
"A Marta agrega experiência administrativa para esse projeto que nós estamos construindo. Ela agrega amplitude, essa ideia de uma frente democrática na cidade, que, aliás, foi a razão da ruptura dela com o governo atual, do Ricardo Nunes. O Ricardo Nunes firmou uma aliança com Jair Bolsonaro, será o candidato do Bolsonaro em São Paulo", afirmou Boulos.