Mais de 2.500 pedidos de bloqueios já foram feitos desde o lançamento do app Celular Seguro
Serviço já conta com a adesão de 12 bancos, que planejam fazer o bloqueio meia hora depois de serem acionadas
Mais de 2.500 pedidos de bloqueios de aparelhos celulares já foram feitos desde o lançamento do aplicativo Celular Seguro, na última terça-feira (22).
O novo serviço do governo federal está recebendo milhares de cadastros diariamente, e também levantando muitas dúvidas.
A técnica de enfermagem Bruna Dill já passou um sufoco. Há três anos, ela teve o celular roubado por um ladrão armado enquanto esperava o ônibus na rua. "Eu fiz backup, tinha nuvem por causa das fotos, mas muita coisa eu acabei perdendo".
Se na ocasião já houvesse o Celular Seguro" ela poderia ter bloqueado o aparelho. E é justamente esse bloqueio que deixa dúvidas. "Como é que eu faria pra entrar no e-mail, poderia entrar em outro celular, pelo meu e-mail?", questiona Maria Janeci, agente de saúde.
Ana Benso, doutora em ciência da computação e professora da Escola Politécnica da PUC do Rio Grande do Sul, explica que "a conta do e-mail não está vinculada ao celular. Ela tem que entrar no provedor de correio eletrônico dela, trocar a senha, pra que a pessoa que está com o celular não tenha mais acesso aos dados e para que ela possa recuperar o e-mail".
"Como é que eu faria pra recuperar as fotos, conversas, sem ter o Whatsapp?", pergunta o estudante Matheus Vivian.
A especialista responde: "para que eu consiga recuperar meus dados, eu preciso ter feito backup. Não existe recuperação sem eu ter feito previamente uma ação de guardar esses meus dados numa cópia de segurança".
O maior medo dos usuários e ter as suas contas invadidas. O serviço já conta com a adesão de 12 bancos que planejam fazer o bloqueio meia hora depois de serem acionadas.
Segundo o governo federal, cerca de cinco mil aparelhos celulares são registrados por hora na plataforma. Foram 500 mil inscritos de terça até esta sexta-feira, quando também foram feitos 2.544 bloqueios no país por meio desse novo serviço.
É importante lembrar que as informações pessoais dos usuários não podem ser utilizadas para outros fins por causa da Lei Geral de Proteção de Dados.
Para usar o aplicativo, é preciso fazer um cadastrar no perfil gov.br e aceitar os termos de uso: colocar o número do celular e as linhas telefônicas ligadas a ele. Podem ser registradas mais de uma pessoa de confianca, que será a responsável por fazer a notificação. Ela também precisa se cadastrar no gov.br e baixar o aplicativo.