Presidente da Enel é intimado a depor na Câmara Municipal de São Paulo
Max Xavier Lins, faltou à reunião da CPI aberta para investigar a empresa
A Câmara Municipal de São Paulo intimou o presidente da Enel, Max Xavier Lins, a prestar esclarecimentos sobre o apagão do início de novembro. Nesta 5ª feira (14.dez), o executivo faltou à reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta para investigar a empresa.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), os deputados aprovaram o relatório final de uma outra comissão de inquérito, que pediu o fim do contrato de concessão, após investigar a atuação da empresa nos últimos anos.
O relatório final da CPI da Enel, na Alesp, indicou irregularidades e negligências cometidas pela empresa, entre 2018 e 2023. Um dos principais pontos abordados pela relatora da comissão, deputada Carla Morando (PSDB), foi o alto número de reclamações sobre o serviço da empresa. A concessionária é campeã de queixas no Procon de São Paulo e no site Reclame Aqui.
O documento da Alesp pede intervenção do poder público na empresa, que o contrato de concessão -- previsto para terminar em 2028 -- perca a validade, e o indiciamento de três executivos por crimes contra o consumidor. São eles: Max Xavier Lins, presidente da Enel São Paulo, Nicola Cotugno, ex-presidente da Enel Brasil, e Vicenzo Ruotolo, diretor de operações de rede da Enel Brasil.
Na Câmara Municipal de São Paulo, onde uma outra CPI investiga o apagão no início de novembro, dois diretores da Enel foram ouvidos pelos vereadores. Os executivos representaram o presidente da empresa que, pela segunda vez, recusou o convite da Casa.
Antes de responder às dúvidas dos parlamentos, os executivos fizeram uma apresentação e classificaram os eventos climáticos do dia três de novembro de "fora da curva". Para justificar a demora no atendimento, já que milhares de imóveis chegaram a ficar sem luz por uma semana, disseram que em muitas áreas foi necessária a reconstrução da rede de fornecimento.
Sobre o ressarcimento dos consumidores, os diretores da Enel reforçaram que isso está apenas previsto, em contrato, para aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos queimados ou danificados, o que surpreendeu os vereadores. Os executivos foram embora sem falar com os jornalistas.
O presidente da CPI, vereador João Jorge (PSDB), afirmou que o presidente da Enel será novamente intimado a depor. "Nós acabamos de aprovar aqui a intimação do senhor Max Lins para que venha, agora, sim, de maneira obrigatória, depor na CPI da Enel no próximo dia 8 de fevereiro", disse.
Em nota, a Enel informou que vem cumprindo com todos os indicadores de qualidade previstos no contrato de concessão e que atendeu aos questionamentos da CPI na Alesp. A empresa alega ainda que vem investindo cerca de R$ 1 bilhão, por ano, desde 2018.