PGR se manifestou a favor da liberação de preso do 8/1 que morreu na cadeia
Cleriston Pereira da Cunha estava detido preventivamente e apresentava problemas de saúde. O SBT News teve acesso ao prontuário
A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi favorável ao pedido de liberdade provisória de Cleriston Pereira da Cunha, 46 anos. A manifestação é de setembro deste ano, mas não foi apreciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Cleriston, conhecido como "Clezão do Ramalho" foi preso após os ataques do 8/1 em Brasília e morreu na manhã desta 2ª feira (20.nov) durante o banho de sol no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.
"Não mais se justifica a segregação cautelar, seja para a garantia da ordem pública, seja para conveniência da instrução criminal, especialmente considerando a ausência de risco de interferência na coleta de provas", aponta a manifestação da PGR. O relator da ação penal é o ministro Alexandre de Moraes.
O SBT News teve acesso ao prontuário médico de Clerinson. Foram ao menos 12 atendimentos médicos, sendo três deles relacionados ao diagnóstico e acompanhamento de sintomas da Covid-19. Há também diversos registros da entrada de medicamentos para "diabetes, hipertensão e outros".
No comunicado sobre o óbito expedido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e encaminhado a Moraes a juíza Leila Cury destaca que "o falecido estava preso exclusivamente em razão da conversão de sua prisão em flagrante em prisão preventiva, nos autos da PET 4879 - STF".
Confira:
No início da tarde, Moraes determinou que seja enviado, com urgência, um ofício à Direção do Centro de Detenção Provisória II, requisitando informações detalhadas sobre a morte. No despacho, Moraes pontuou que deve ser requisitada inclusive cópia do prontuário médico e relatório médico dos atendimentos recebidos pelo preso durante a custódia.
Cleriston era irmão do vereador Cristiano Pereira da Cunha (PSD), do município de Feira da Mata, no oeste da Bahia. Estava na prisão por envolvimento nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.
Outros detentos tentaram reanimá-lo com massagem cardíaca, mas ele não resistiu e morreu no local. Deixa esposa e duas filhas.