Bolsonaro ganhou pistola de empresa investigada por irregularidades na compra de fuzis
A Sig Sauer venceu disputa de licitação no valor de mais de R$ 25 milhões feita pela Polícia Rodoviária Federal sob a gestão de Silvinei Vasques
O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu, em 15 de fevereiro do ano passado, uma pistola semi-automática (modelo P320 M17 Coyote) da Realiza Imports, empresa que é a representante legal no Brasil da Sig Sauer, fabricante norte-americana de armas.
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No site da empresa, a pistola que Bolsonaro ganhou custa mais de R$ 15 mil. O termo de doação do armamento está nos e-mails aos quais a CPMI dos atos de 8 de janeiro teve acesso. No termo de doação aparece o nome de Misael Antônio de Sousa, gerente comercial da empresa no Brasil.
A doação aconteceu meses antes de a empresa ganhar a licitação para a venda de 2621 fuzis calibre 556 para a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Confira o documento:
A Sig Sauer foi a vencedora do pregão eletrônico feito em setembro do ano passado, ainda na gestão de Silvinei Vasques, preso depois de ser acusado de ter montado operação para impedir o voto dos eleitores de Lula.
O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu o resultado do pregão eletrônico e abriu processo em que cobra que a PRF explique a contratação da SIG Sauer, que segundo a apuração feita até agora pela corte de contas, não tinha condições de fornecer os fuzis.
Ao SBT News, o ministro Augusto Nardes, que é relator do caso no TCU, afirmou que o processo está sob sigilo e estão sendo feitas oitivas.
O SBT News procurou o advogado Fábio Wajngarten, que defende Bolsonaro. Ele pediu mais detalhes sobre o caso. A nossa reportagem repassou o termo de doação assinado e registrado em cartório, no entanto, depois disso não obteve mais resposta da defesa do ex-presidente. Procuramos também a Sig Sauer que até agora não respondeu o nosso contato. O espaço continua aberto para manifestações.
