Blindados, saudação de militares indígenas e Zé Gotinha: desfile de 7 de setembro ocorre em Brasília
Nas arquibancadas, populares usavam bonés com as cores da bandeira nacional e carrega bandeirinhas
O desfile cívico-militar do 7 de setembro em Brasília foi realizado pela manhã, na Esplanada dos Ministérios. O evento teve início por volta de 9h20, logo após o comandante do desfile, General Carmona, na viatura blindada Guarani, receber a autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para começar.
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No início, houve a passagem do Fogo Simbólico; foi carregado pelo terceiro-sargento da Marinha Hebert Conceição - boxeador e campeão olímpico. Depois, foram realizados o desfile da Secretaria de Educação do Distrito Federal, outros por eixos temáticos -- Paz e Soberania, Ciência e Tecnologia, Saúde, e Defesa da Amazônia --, os desfiles das Forças Armadas -- na ordem Marinha do Brasil, Exército do Brasil e Força Aérea Brasileira (FAB) -- e o do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
Viaturas blindadas e um foguete espacial brasileiro foram exibidos na Esplanada dos Ministérios na cerimônia. Aeronaves da FAB sobrevoaram o Eixo Monumental. Zé Gotinha, símbolo da vacinação no Brasil, passou pela Esplanada em cima de uma viatura dos bombeiros. O evento contou ainda com uma homenagem a Santos Dumont: um homem caracterizado como o pai da aviação e patrono da Aeronáutica brasileira seguiu pela avenida em um veículo.
O Colégio Militar de Brasília, a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e o Comando de Operações Especiais do Exército foram alguns dos grupos que se apresentaram no desfile.
No eixo Defesa da Amazônia, militares indígenas se posicionaram em frente à Tribuna Presidencial e fizeram uma saudação a Lula nas respectivas línguas de suas etnias; eles falaram: "Viva a independência do Brasil, tudo pela Amazônia. Selva". Entre os militares, havia um Yanomami. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e outros ministros aplaudiram.
Lula
O desfile terminou às 11h05, logo após a apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Lula acompanhou todo o evento. Na Tribuna Presidencial, posou para foto de mãos juntas às do ministro da Defesa, José Múcio, e dos comandantes das Forças Armadas, em símbolo de união; trocou palavras com ministros, como a da Cultura, Margareth Menezes; e se dirigiu a apoiadores nas arquibancadas, fazendo um coração com as mãos para alguns e acenando para outros. Quando acenou, apoiadores que viram o gesto entoaram "olê, olê, olá, Lula, Lula".
Na Tribuna, estavam presentes várias autoridades. Entre os ministros, além de Sonia Guajajara, Múcio e Margareth Menezes, podiam ser vistos no local Alexandre Silveira, de Minas e Energia, Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Nísia Trindade, da Saúde, Geraldo Alckmin, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Jorge Messias, da Advogacia-Geral da União (AGU), Aparecida Gonçalves, da Mulher, Juscelino Filho, das Comunicações, e outros. Acompanharam o desfile a partir do local também a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (DF).
Em entrevista a jornalistas depois que o evento acabou, Múcio disse que, nos anos anteriores, o desfile cívico-militar do 7 de setembro em Brasília teve uma conotação política muito forte, mas neste ano isso não ocorreu.
"As pessoas vieram, nos prestigiaram, foi muita gente, vibraram, participaram, foi como nós queríamos, só temos a agradecer", afirmou. Questionado se o evento de 2023 marca um novo momento do governo, de pacificação com as Forças Armadas, Múcio pontuou: "Este momento já existia, talvez não tão público assim. Mas já há uma harmonia que está muito presente. Estão todos servindo ao país".
Antes do início do desfile, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, afirmou, em entrevista a jornalistas também, que hoje é um dia de o governo "devolver ao povo brasileiro o 7 de setembro como uma data de toda a nação".
Ele prosseguiu: "Reafirmar a data da nossa independência, da nossa soberania, da democracia em um momento de união e reconstrução. As Forças Armadas enquanto instituição do Estado. As instituições todas funcionando normalmente, para que a gente possa restabelecer o ambiente da normalidade democrática no país. Essa é a mensagem que nós queremos transmitir para o povo brasileiro hoje. Então nós estamos muito felizes".
**Reportagem atualizada às 13h20
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