Área sob alertas de desmatamento na Amazônia cai 66% em agosto
Resultado reflete aumento das operações contra crimes ambientais no bioma
A área sob alertas de desmatamento na Amazônia registrou uma queda de 66% em agosto, quando comparado com o mesmo período de 2022. Com o dado, divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a redução dos alertas de desmatamento no bioma já chega a 48% no acumulado do ano, em relação ao ano passado.
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Ao todo, 10 municípios concentraram 32% do total de áreas sob alertas de desmatamento na Amazônia de janeiro a agosto deste ano, sendo quatro no Amazonas, três no Pará, dois em Mato Grosso e um em Rondônia. No topo do ranking está Apuí (AM), com 196,33 km², seguido de Altamira (PA), com 176,26 km², e Feliz Natal (MT), com 176,23 km².
A redução dos alertas de desmatamento na Amazônia acontece em meio às operações contra crimes ambientais no bioma. Desde janeiro, o Instituto Brasileiro do Meio Ambientibamae e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aumentou em 160% os autos de infração por crimes contra a flora em relação à média para o mesmo período nos últimos quatro anos.
Além disso, os embargos - proibição do uso de áreas desmatadas ilegalmente - cresceram 119% no período. Dos 280 mil hectares embargados desde o início do ano pelo Ibama com a retomada das operações remotas, 213 mil ocorreram em áreas privadas, e 67 mil, em terras públicas. Já em relação às apreensões, o número cresceu 86%,
Fundo Amazônia
Os números foram divulgados no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou o decreto que prevê investimentos de até R$ 600 milhões do Fundo Amazônia para apoiar técnica e financeiramente municípios prioritários no controle do desmatamento e de incêndios florestais.
Segundo o decreto, a lista atualizada de municípios prioritários inclui 69 cidades. A primeira etapa do programa deverá transferir até R$ 150 milhões. O valor poderá chegar a R$ 200 milhões em 2024 e a R$ 250 milhões em 2025. A condição para repasse dos recursos será a redução da taxa de desmatamento e das queimadas.
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"A Amazônia tem pressa de sobreviver à devastação causada pelas poucas pessoas que não querem enxergar o futuro, que em poucos anos derrubam, queimam e poluem o que a natureza levou milênios para criar. A gente não pode permitir que, além dos madeireiros, dos garimpeiros, dos grileiros, a Amazônia seja palco preferido do crime organizado", disse Lula.