Com 322 km², alertas de desmatamento batem novo recorde em fevereiro
Estados do Mato Grosso, Pará e Amazonas lideraram ranking de devastação no mês
Os alertas de desmatamento na Amazônia bateram um novo recorde em fevereiro. Segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta 6ª feira (10.mar), foram 322 km² de área devastada no mês, número 61,8% maior em relação ao mesmo período do ano passado, que registrou 199 km² de destruição.
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O Mato Grosso foi o estado com a maior concentração de alertas de desmatamento, contabilizando 162 km² (50,3% do total). Em seguida, aparecem o Pará e o Amazonas, ambos com 46 km² (14,2%). O cenário atual ofusca o resultado positivo de janeiro, que acumulou 167 km² de alerta, registrando queda de 61% na comparação anual.
Rômulo Batista, porta-voz da Amazônia do Greenpeace Brasil, explica que o aumento nos alertas de desmatamento em fevereiro pode ser interpretado por inúmeros fatores. Entre eles está a própria metodologia do programa de monitoramento, uma vez que os números são baseados em satélites ópticos, não conseguem "enxergar" abaixo das nuvens.
"Isso pode ter sido responsável por essas diferenças tão grandes nos dois primeiros meses, tendo em vista que estamos no inverno amazônico que se caracteriza pelas chuvas e coberturas de nuvens muito intensas. Ou seja, parte do desmatamento que foi registrado em fevereiro poderia ser de janeiro ou até mesmo de outros meses anteriores", diz.
Cerrado
No Cerrado, o desmatamento atingiu 558 km² em fevereiro, um aumento de 98% em
comparação ao mesmo mês em 2022, quando foram destruídos 282 km². A Bahia concentrou 48% da destruição no bioma, com 268 km² desmatados, seguida por Tocantins (68 km²) e Piauí (63 km²) - integrantes do Matopiba, onde há grande expansão agrícola.
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De acordo com o Inpe, o cenário aponta que a devastação no local continua em tendência de crescimento, uma vez que, no acumulado do ano, já foram registrados 1.000 km² de desmatamento. O número é o maior da série histórica do monitoramento, e quase o dobro da média dos últimos quatro anos.