Vinícolas voltam a repudiar caso de trabalho análogo à escravidão no RS
Vereador que fez declarações xenofóbica será alvo de processo de cassação
As vinícolas Aurora e Garibaldi, duas das três envolvidas na investigação que apura a situação de trabalho análogo ao escravo em Bento Gonçalves (RS), se manifestaram novamente, por meio de nota, anunciando mudanças nos processos de produção. Além disso, ambas continuam expressando repúdio à situação.
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A Aurora cita nominalmente a empresa terceirizada envolvida no episódio, Fênix. A empresa é investigada por manter 207 trabalhadores em situação análoga à escravidão. "Os recentes acontecimentos envolvendo nossa relação com a empresa Fênix nos envergonham profundamente. Envergonham e enfurecem".
Além disso, a vinícola pede desculpas diretamente para as vitímas e também a todos os brasileiros. Em seguida, anunciam estar trabalhando em um "programa robusto que deve implementar mudanças substanciais", mas não detalham o que será feito.
Já a vinícola Garibaldi, responsável pelos produtos da Família Salton, anunciou cinco medidas que serão implementadas pela empresa para evitar situações futuras, como a revisão dos processos de contratação e seleção e uma auditoria independente, além da adesão ao pacto nacional de erradicação do trabalho escravo. Ao final do documento, disse que colaborou com o retorno dos trabalhadores "aos seus lares".
Na 5ª feira (2.mar), o Ministério Público Federal protocolou um pedido na Justiça para que seja determinado ao vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul (RS), pagar danos morais coletivos de no mínimo R$ 250 mil pelas ofensas que fez aos trabalhadores envolvidos expostos à situação.
Fantinel disse que a contratação deveria ter sido de "argentinos", e que "a única cultura" que baianos têm é "viver na praia, tocando tambor". O político também atribuiu aos trabalhadores os problemas da contratação: "Era normal que se fosse ter esse tipo de problema".
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