"Operação na terra indígena Yanomami segue por tempo indeterminado", diz PF
Segundo o Ibama, garimpeiros continuam tentando entrar na área indígena
Mesmo com a presença reforçada de agentes da Polícia Federal, que deflagrou a Operação Libertação, nesta 6ª feira (10.fev), em parceria com Ibama, Funai e Força Nacional de Segurança, garimpeiros continuam tentando entrar na terra indígena Yanomami, no oeste de Roraima.
Segundo o chefe da Diretoria de Meio Ambiente e Amazônia da PF, delegado Humberto Freire, foi instalado um Centro de Comando e Controle na Superintendência Regional da PF, em Boa Vista, para planejar as ações em campo entre os diversos órgãos envolvidos na recuperação do território indígena, como também para garantir recursos para os agentes por tempo indeterminado.
"Temos a representação do Ministério da Defesa que está apoiando a Operação Libertação com meios logísticos, como aeronáuticos, que levam os efetivos até os pontos de inutilização de equipamentos, como também propriamente os meios logísticos, de acampamento, alimentação, que estão sendo implementados pra que a gente possa ter essa operação que estenderá ao longo do tempo", afirmou o delegado.
Freire disse ainda que os agentes em campo estão colhendo provas dos crimes: "Perícias, investigações que serão utilizadas para responsabilizar não só aqueles que estavam fazendo a lavra nos locais de minério ilegal, mas também aqueles responsáveis pelo financiamento e escoamento do minério ilegal", complementou o delegado da PF.
Confira a entrevista:
Garimpeiros resistem
Em entrevista a TV Brasil, emissora oficial do governo e a única equipe de televisão a ter acesso, o agente ambiental federal do Ibama, Givanildo dos Santos Lima, afirmou que embarcações continuam tentando entrar na região.
"A gente com uma equipe montada lá, uma das principais entradas (para a TI Yanomami) e só nesses dois últimos dias a equipe nossa que tá lá, eles falaram que mais de 20 embarcações tentaram entrar então, às vezes, aparece aquelas imagens que o pessoal tá só saindo, não, existem muitas embarcações que tão na tentativa de entrar. E são essas embarcações que a gente tá abordando, apreendendo todos os equipamentos e mandando o pessoal voltar. Levando suprimentos, equipamentos e combustíveis. Pra realidade que tá ali, nenhum órgão, sozinho, tem condições de fazer algo de efetivo, então realmente só com o apoio de todos os órgãos que a gente consegue", afirmou.