67% dos brasileiros reduziram consumo de carne nos últimos 12 meses, diz estudo
Dentre os que diminuíram, 45% o fizeram por causa do aumento do preço

Quase 70% dos brasileiros reduziram seu consumo de carne (bovina, suína, aves e peixes) nos últimos 12 meses, segundo uma pesquisa -- denominada O Consumidor Brasileiro e o Mercado Plant-Based 2022 -- divulgada nesta 2ª feira (12.dez) pelo The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil). Foram 67%, alta de 17 pontos percentuais em comparação com o observado em 2020.
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Dentre os que reduziram, 47% disseram que pretendem diminuir mais em 2023. Ainda dentre o grupo dos que consumiram menos, 45% o fizeram por causa do aumento do preço da carne, e outros 36%, devido a questões relacionadas à saúde, por exemplo, melhorar a digestão, reduzir o colesterol ou perder peso. "Quando somadas à preocupação com os animais, o meio ambiente, influência de familiares, motivos religiosos e espirituais, vemos que essas questões motivaram mais da metade (52%) dos brasileiros a reduzirem o consumo de carne nos últimos 12 meses por escolha própria", acrescenta o GFI Brasil.
A pesquisa entrevistou 2.500 pessoas, de 18 anos ou mais, por meio de um questionário quantitativo online, contento 28 perguntas de autopreenchimento. As respostas foram coletadas de 27 de maio a 1º de junho de 2022. Foram entrevistados indivíduos das classes ABC e das cinco regiões do país. A margem de erro para o total da amostra é de dois pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%.
Ela mostra também que dois em cada três brasileiros (65%) consomem alguma alternativa vegetal (legumes, grãos, frutas) no lugar dos produtos de origem animal pelo menos uma vez por semana. Em 2020, eram 59%. Entre os consumidores que diminuíram o consumo de carne animal nos últimos 12 meses, 34% substituíram apenas ou principalmente por carnes vegetais, ante 25% de 2020.
Mais de 60% (61%) dos brasileiros buscaram alguma alternativa vegetal análoga nos últimos seis meses, mas, desse grupo, 53% não encontraram algum item procurado e somente 8% encontraram todos. Segundo o GFI Brasil, isso indica haver "uma demanda reprimida por proteínas alternativas vegetais no país, tanto no varejo, quanto no food service". "Para 1 em cada 4 entrevistados nada impede de consumir alternativas vegetais. Entre os que apontam alguma barreira, o preço alto é o maior empecilho para a compra de proteínas vegetais (39%), seguido pela dificuldade de encontrá-las (30%) e pelo sabor (21%). Se forem agrupadas motivações como sabor, textura ou o cheiro que não agradam ou outras questões relacionadas a aspectos nutricionais, 32% dos consumidores apontam alguma característica do produto como o principal motivo para não consumir alternativas vegetais", complementa.
Atualmente, mostra a pesquisa, 61% dos brasileiros se definem como onívoros (consomem produtos de origem animal e vegetal regularmente), e 28% dizem ser flexitarianos, ou seja, possuem um estilo de vida no qual buscam diminuir, sem eliminar por completo, o consumo de produtos de origem animal. Dentre os adeptos do flexitarianismo, 60% falam querer reduzir mais o consumo de carne nos próximos 12 meses.
"Isso indica que já existe uma parcela importante de consumidores que enxerga essa redução como uma parte definidora do seu comportamento alimentar atual e que esse grupo - mais do que os veganos e vegetarianos, que representam apenas 4% dos consumidores - é o principal público-alvo da indústria de proteínas alternativas vegetais", pontua o GFI Brasil.
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