Diretor-geral da PRF presta depoimento à Polícia Federal
Silvinei Vasques é investigado por prevaricação e violência política
O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, prestou depoimento na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, nesta 6ª feira (25.nov). O conteúdo não foi divulgado, mas o diretor da PRF já é investigado por prevaricação e violência política. Ele é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de inação no desbloqueio de rodovias após o resultado das eleições. E também de ter promovido blitze em excesso, principalmente no nordeste do país, o que teria dificultado o trânsito de eleitores.
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O depoimento de Vasques aconteceu no mesmo dia em que ele se tornou réu por improbidade administrativa. O juiz José Arthur Borges, da 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro, aceitou uma ação do MPF, apresentada devido a um pedido de votos que o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal fez ao então candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) no Instagram, no dia 29 de outubro, véspera das do segundo turno das eleições.
Antes, no dia 29 de agosto, Vasques já havia declarado ter proximidade com o chefe do Executivo em entrevista a uma rádio. Já no dia 6 de outubro, elogiou o Presidente da República durante um discurso de formação policial.
Em entrevista ao SBT, a especialista em direito público, Poliana Miranda, afirmou que Silvinei Vasques quebrou pelo menos dois princípios da administração pública com os posicionamentos favoráveis a Bolsonaro.
"Da imparcialidade, foi imparcial, porque o diretor-geral de um órgão não pode usar desse cargo público pra solicitar votos, impedir o exercício de outros eleitores de votar, não pode ir a palestras que vá em nome da instituição solicitar votos, então tudo isso quebra esse princípio da imparcialidade. Com a legalidade, que o agente público deve fazer tudo aquilo que a Lei determina".
MPF pede afastamento
Nesta 6ª feira, o MPF recorreu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) para que Silvinei Vasques seja afastado imediatamente do cargo de diretor-geral da PRF. O juiz responsável pela ação na qual Vasques é réu não julgou a questão do afastamento, porque o diretor havia tirado férias na segunda quinzena de novembro.
Para o Ministério Público, no entanto, "a relação hierárquica tem uma dimensão intersubjetiva e social que não se restringe ao ambiente físico de trabalho. Em outras palavras, o diretor-geral não deixa de ser diretor-geral porque está em férias."