Desmatamento na Amazônia avança e atinge 10 mil km² no acumulado do ano
Levantamento do Imazon também aponta para aumento da degradação florestal em meio às queimadas
O índice de desmatamento na Amazônia continua avançando em ritmo acelerado. Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de janeiro a outubro deste ano, foram registrados quase 10 mil km² de floresta derrubada, cifra correspondente a mais de seis vezes a cidade de São Paulo.
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Esse foi o segundo pior acumulado dos últimos 15 anos, sendo somente 0,5% menor do que o mesmo período em 2021. Apenas em outubro, a Amazônia teve 627 km² desmatados, uma área quase três vezes o tamanho de Recife. A devastação foi a terceira maior da série histórica para o mês, ficando atrás apenas do registrado em 2020 e 2021.
O Pará segue liderando o ranking de desmatamento no bioma, sendo responsável por 351 km² da devastação de outubro (56% do total). O cenário é preocupante, uma vez que, conforme o Imazon, a derrubada da floresta está se aproximando da região Norte do estado, onde está o maior bloco de áreas protegidas no mundo.
"Estamos vendo a grilagem e o garimpo avançarem no território, colocando em risco o extrativismo de castanha-do-pará e o manejo florestal, práticas sustentáveis. Precisamos da fiscalização e da implementação efetiva do plano de manejo para barrar a destruição", afirma Jakeline Pereira, pesquisadora do Imazon.
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Outro problema apontado pelo monitoramento foi a alta na degradação florestal causada pelas queimadas e pela exploração madeireira. O dano passou de 537 km² em outubro de 2021 para 1.519 km² no mês passado, um aumento de 183%. Entre os estados, os maiores responsáveis pela degradação foram Mato Grosso (74%) e Pará (19%).