Rádio e TV conseguiram passar por turbulência, diz presidente da Aerp
Caique Agustini concedeu entrevista ao SBT News durante Congresso de Radiodifusão
O presidente da Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp), Caique Agustini, disse, em entrevista ao SBT News nesta 5ª feira (17.nov), que o rádio e a televisão conseguiram passar por uma "turbulência" no período de pandemia e, agora, continuam se reinventando.
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SBT News -- Depois desses anos de pandemia, como o senhor vê esse nosso encontro, esse grupo todo reunido, inúmeras palestras relevantíssimas, importantes, com novos temas. Como está vendo essa reunião aqui em Brasília?
Caíque Agostini -- Quase cinco anos depois do último congresso aqui, antes de tudo, acho que os amigos queriam se reencontrar. Então, foi bonito de ver os abraços apertados entre tantas pessoas que não se viam há tanto tempo.
Acho que isso é algo que refletiu no Brasil inteiro, mas, sem dúvida nenhuma, foram anos muito importantes para radiodifusão.
Seja pelo questionamento pela mudança de hábito, pela chegada de desembarque de novas plataformas, novas mídias, onde o meio precisou se reinventar e foi muito desafiado.
Acho que a leitura geral é que o rádio e a televisão conseguiram passar por essa turbulência de uma maneira bastante profissional. Mas, segue se reinventando e acho que esse é o principal propósito do congresso.
"É a gente debater com muita clareza, com muita coragem, inclusive os caminhos que vão levar o rádio e a televisão, principalmente o rádio, pelos próximos 100 anos".
SBT News -- A gente vendo esse aniversário e centenário da rádio no Brasil, porque falo dos desafios... Do ponto de vista do digital, onde hoje estão suas emissoras de rádio?
Caíque Agostini -- Tenho emissora hoje em Curitiba, União da Vitória, Porto União e na Serra Gaúcha em Bento Gonçalves e Nova Prata.
SBT News -- Quando a gente vê a rádio, tem um componente de memória afetiva. Vou muito a Bento [Gonçalves (RS)]. Enfim, é um prazer visitar e, provavelmente, ouço a sua rádio por lá. Porque a gente chega no lugar e sempre tem aquele condicionamento de ligar as rádios locais. Que a gente que viaja muito e sempre é uma programação muito boa e muito local. Como sobreviver nesse mundo digitalizado que é o mundo todo na sua mão, como as rádios estão se posicionando ao enfrentar essa nova realidade?
Caíque Agostini -- Você falou tudo... O rádio, principalmente, ele tá aceitando cada dia mais e melhor essa ideia de que ele é muito importante localmente e regionalmente ao ocupar esse espaço.
Ele faz algo que as ferramentas digitais têm muita dificuldade de fazer, que é valorizar o senso de comunidade. O valor da comunidade, onde ele está inserido, é algo que tem valor.
Quando você fala de digital, é muito fácil encontrar recortes e pessoas que falam de temas nacionais ou internacionais e conseguem um grande número de visualizações em plataformas digitais. Mas, quando trata desses temas locais, é muito difícil que você tenha competência para tratar desse tema, até pelo afastamento. O rádio faz isso muito bem.
Normalmente, quem tá atrás do microfone, através da credibilidade, da criatividade das pessoas que fazem o rádio e a televisão, é que você transmite para as pessoas as mensagens que elas compreendem.
"Você está sempre muito próximo... Quando a chuva cai forte na cidade, o radialista que está na ponta do microfone, normalmente também sofreu com ela".
Então, tratar desse tema é muito fácil, porque ele gera empatia com quem também está ouvindo e está nos lendo ou consumindo de alguma forma.
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A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), promove nos dias 16 e 17 de novembro, o 29º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, no Royal Tulip Alvorada, em Brasília. Nesta 5ª feira, o SBT News transmite entrevistas exclusivas com comunicadores de todo o país.
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