PF prende Patrick Abrahão, acusado de promover esquema de pirâmide
Segundo investigações, os prejuízos passam de R$ 4 bi; mais de 1,3 milhão foram enganadas
A Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal e a Agência Nacional de Mineração (ANP), deflagrou nesta 4ª feira (19.out) a Operação "La Casa de Papel" para desmontar uma organização criminosa responsável por implementar um esquema de pirâmide financeira em mais de 80 países. O grupo também é suspeito de cometer crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato.
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Segundo a Polícia Federal, seis mandados de prisão estão sendo cumpridos. Entre eles, contra o empresário Patrick Abrahão -- marido da cantora Perlla -- apontado como um dos líderes da organização.
Os agentes cumprem ainda o bloqueio de 20 milhões de dólares e sequestros de dinheiro em contas bancárias, imóveis de altíssimo padrão, gado, veículos, ouro, joias, artigos de luxo, mina de esmeraldas, lanchas e criptoativos em posse das pessoas físicas e jurídicas investigadas.
A investigação apurou que o esquema de pirâmide financeira captou recursos de mais de 1,3 milhão de pessoas, em mais de 80 países. O prejuízo aos investidores é estimado em R$ 4,1 bilhões, cujas operações teriam se iniciado em 2019.
Outra informação divulgada pela Polícia Federal foi de que "embora divulgassem em redes sociais que estavam amplamente legalizados na Estônia e que seriam sócios de duas instituições financeiras, todas as empresas do grupo não existiam de fato", explicou a PF.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, por meio de sites e aplicativos que mantinha nas redes sociais, "a organização criminosa prometia que os investimentos seriam multiplicados em ganhos diários, que poderiam chegar a até 20% ao mês e mais de 300% ao ano, através de transações no mercado de criptoativos por supostos 'traders' a serviço da empresa, os quais seriam utilizados para multiplicar o capital investido e, ainda, instando os que ingressavam no negócio a captar novos investidores, em mecanismo que chamavam de 'binário', proporcionando ganhos percentuais sobre os valores investidos por novas pessoas que eram atraídas para o esquema.
Os envolvidos podem responder pelos crimes organização, crimes contra o sistema financeiro por operar sem autorização, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, usurpação de bem mineral da União Federal, execução de pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, falsidade ideológica e estelionato por meio de fraude eletrônica.