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33% do desmatamento no Brasil ocorreu nos últimos 37 anos, diz pesquisa

Cenário foi impulsionado pela expansão de áreas agropecuárias e pela redução da superfície de água

33% do desmatamento no Brasil ocorreu nos últimos 37 anos, diz pesquisa
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Um levantamento do MapBiomas, divulgado nesta 6ª feira (26.ago), apontou que 33% do desmatamento no Brasil ocorreu nos últimos 37 anos. Segundo os dados, entre 1985 e 2021, o país perdeu 13,1% de vegetação nativa, entre florestas e savanas, território agora ocupado pela agropecuária, que responde por um terço do uso da terra nacional.

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Entre as principais constatações está o fato de que as alterações causadas pela ação do homem foram muito intensas durante o período, fazendo com que a cobertura florestal do país passasse de 76% para 66%. A área ocupada por agropecuários, por outro lado, cresceu de 21% para 31%, com destaque para o aumento de 228% das áreas de agricultura.

"Apesar de 72% da área de expansão da agricultura ter ocorrido sobre terras já antropizadas, principalmente pastagens, é importante ressaltar que 28% da mudança para lavoura temporária se deu sobre desmatamento e conversão direta de vegetação nativa", afirma Laerte Ferreira, coordenador da Equipe de Mapeamento de Pastagem do MapBiomas.

Outra tendência para a perda de área florestal foi a redução da superfície de água: nos últimos 30 anos (1991 a 2021), houve uma perda de 17,1%. O fenômeno ocorre especialmente no Pantanal, que é fortemente influenciado, por exemplo, pela variação da umidade gerada na evapotranspiração das árvores da Amazônia.

"Esta tendência de rápidas transformações representa grandes desafios para que o país possa se desenvolver e ocupar o território com sustentabilidade e prosperidade ", explica Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas. "A ocupação do solo e a produção rural precisam ser compatibilizadas com a conservação dos biomas", completa.

O processo de conversão de vegetação nativa em áreas de lavoura e pastagens foi mais intenso em algumas regiões, com destaque para o Matopiba (56,2%) - área com predominância de Cerrado entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia - e a Amacro (22%), localizada na Amazônia Legal, entre os estados do Acre, Amazonas e Rondônia. 

Já em relação ao bioma Pampa, no Rio Grande do Sul, a área de vegetação nativa foi reduzida de 61,3% para 46,3%. "Mesmo tendo como vegetação predominante os campos nativos que são plenamente compatíveis com a atividade pecuária, o Pampa vem sendo convertido para o cultivo agrícola, especialmente de soja e os plantios de eucalipto e pinus", diz Azevedo.

No caso da floresta amazônica, a preservação das terras indígenas foi destaque. Os novos dados indicam que a perda de vegetação nativa nas regiões foi de apenas 0,8% entre 1985 e 2021, contra 21,5% fora de áreas protegidas na Amazônia.

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"Apesar de 66% do território ser coberto por vegetação nativa, isso não significa que essas áreas sejam na totalidade conservadas. A análise da evolução das mudanças de uso da terra ao longo dos anos aponta que pelo menos 8,2% de toda vegetação nativa existente é vegetação secundária, ou seja, são áreas que já foram desmatadas pelo menos uma vez nos últimos 37 anos ou já estavam desmatadas em 1985", diz o relatório.

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