RJ: Ocupação da PM no Complexo do Salgueiro já dura seis dias
Moradores denunciam desvio de conduta de alguns policiais flagrados invadindo casas sem mandado judicial
Nesta 2ª feira (20.jun) a ocupação da Polícia Militar no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, entrou no sexto dia. A operação segue por tempo indeterminado e mudou a rotina da comunidade com a suspensão de serviços. Sete escolas municipais e seis unidades de saúde estão fechadas. O fim de semana foi de intenso tiroteio e de manifestações.
O Comando de Operações Especiais e o Batalhão de São Gonçalo permanecem ocupando a região. Mas no largo de Itaúna o pedido era de paz. Os moradores denunciam que PMs estaria invadindo as casas da comunidade, sem mandado judicial, e revirando tudo. E muita gente não tem condições de trabalhar, por causa da violência.
Moradortes afirmaram que os agentes foram para um terraço à noite, onde fizeram churrasco, sem autorização dos proprietários. Assim que amanheceu, eles permaneciam usando o local como ponto de apoio.
Desde a última 4ª feira (15.jun), homens da Polícia Militar reforçam o policiamento no conjunto de favelas do Salgueiro. De lá pra cá pelo menos dez pessoas foram baleadas na troca de tiros entre policiais e traficantes e sete morreram.
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Segundo a Polícia, a ação no Complexo do Salgueiro teve como objetivo evitar a comemoração do aniversário de Ilário Ferreira, o "Rabicó", apontado como chefe do tráfico na região dominada pelo Comando Vermelho. A festa de música eletrônica para homenagear o traficante começaria na quarta e seguiria durante o feriado, mas foi impedida com a ocupação que segue por tempo indeterminado.
Em nota, a Secretaria de Polícia Militar informou que o comando do 7º Batalhão de São Gonçalo intensificou o patrulhamento na região do Complexo do Salgueiro para coibir a movimentação de criminosos. E afirma ainda, que nenhuma das unidades envolvidas na ocupação recebeu "comunicação relacionada a possível desvio de conduta de policiais que participam da ação".