Cortes de verbas ameaçam fechar Universidade Federal do Rio
Direção anunciou que só tem dinheiro para pagar as contas por mais dois meses
Com quase 1,5 mil laboratórios, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) investiga doenças que afligem o mundo. Lá são feitas pesquisas que possibilitaram, por exemplo, o diagnóstico do primeiro caso de varíola dos macacos no estado fluminense. Tudo isso, porém, está em risco. Para cumprir o teto de gastos, o Ministério da Educação bloqueou R$ 1,6 bilhão das universidades federais. Somente a UFRJ perdeu R$ 23 milhões -- isso em um orçamento que já havia encolhido 30% em três anos.
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"É como se a gente tivesse se programado pra fazer um voo longo, sem condições de reabastecer e, já na nossa rota, ser avisado de que, olha, 7% do combustível de vocês não têm como ser utilizado, não tem onde pousar, não tem como fazer nenhum abastecimento emergencial, vocês vão cair, vão fazer um pouso de emergência e vamos ver as consequências que isso vai ter", disse o pró-reitor da UFRJ, Eduardo Raupp.
Consequências que podem também afetar o atendimentos em nove hospitais universitários e aulas para 70 mil alunos de graduação e pós-graduação. Ou seja: a própria universidade, que se coloca como a maior do país entre as públicas, avisa: corre o risco de paralisar atividades no decorrer dos próximos meses.
Sem dinheiro para contas básicas
Em coletiva de imprensa realizada na 4ª feira (15.jun), a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, alerta que, se a redução de verbas não for revertida, a universidade corre, sim, o risco de interromper as atividades. De acordo com ela, o dinheiro para pagar contas básicas -- como água, luz e segurança -- deve acabar em agosto. A UFRJ negociou dívidas com prestadores de serviços e tem reduzido os gastos. O orçamento para este ano precisaria ser de R$ 390 mil.