Empresas aéreas registram aumento de 94% em reclamações neste ano
Fim das restrições sanitárias contra covid-19 contribuem para o aumento do número
As empresas aéreas registraram no primeiro trimestre de 2022, um aumento de 94% nas reclamações. A grande maioria das contestações foi sobre atrasos, serviços não cumpridos pelas companhias e reembolso.
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O aumento desse número está diretamente associado ao fim das restrições mais rígidas contra o coronavírus, o que fez com que os turistas aumentassem a procura por passagens, consequentemente aumentando o número de reclamações.
No primeiro semestre de 2021, quando as restrições sanitárias ainda estavam muito fortes por conta da média móvel alta de mortes diárias pela covid, os registros por conta de reclamações atingiram o número de 22,4 mil, já no primeiro trimestre do ano vigente, o número chegou em 43,6 mil. Esta é a primeira vez que o governo federal libera números precisos sobre o setor aéreo.
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), relatou que o fim da pandemia contribuiu para o aumento das reclamações, entretanto nada justifica a insatisfação ser tão grande.
O advogado Léo Rosenbaum, sócio de um escritório especializado em direito do passageiro aéreo, que registrou aumento de 50% de ações contra companhias aéreas, disse que o número representa o quanto as companhias aéreas não se organizaram para fazer o atendimento dos passageiros e consumidores no cenário pós-pandêmico.
Ainda segundo ele, consumidores insatisfeitos com algum serviço devem tentar resolver o problema diretamente com a empresa ou órgãos de defesa, como ANAC, Procon ou a plataforma Consumidor.gov. Se o problema não for solucionado por esses canais, o consumidor pode acionar a justiça para a reparação por danos morais e materiais, uma vez que seja provado um evento danoso e não apenas um desapontamento.
"Diferentemente do que defendem as companhias aéreas, o aumento no número de condenações decorre de um aumento ao desrespeito aos direitos básicos dos passageiros, já que todos os casos são julgados e apreciados por juízes que analisam as provas e entendem pela necessidade de se reparar os consumidores pelos prejuízos, sendo temerário o argumento do aumento da judicialização dos casos que envolvem companhias aérea", destaca Rosenbaum.