Aplicativo vai ajudar a monitorar áreas com peixe-leão no Ceará
Aplicativo vai ajudar a monitorar áreas com peixe-leão no Ceará
Tudo ainda é muito novo e desafiador para os pesquisadores. Além de se reproduzir rapidamente, o peixe-leão não tem predador e se alimenta de todas as outras espécies, causando desequilíbrio na cadeia marítima.
Quem estuda o anima garante que, mesmo sendo venenoso, o animal não é capaz de matar o ser humano. Mas, ressalta que seus espinhos podem causar dores agudas, febre e infecções. "No caso do peixe-leão, essa dorsal rígida composta por esse longo espinho... esses espinhos são venenosos, então, ao pisar nesses espinhos, que estão no dorso do animal, esse veneno é inoculado", explica a professora da Universidade Federal do Ceará, Caroline Vieira Feitosa.
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Segundo os pesquisadores, o peixe ornamental de aquário foi parar no mar após um desastre nos Estados Unidos. "Teve um acidente com um aquário, mediante a passagem de um furacão, o furacão Andrew, e esses peixes, que estavam nos aquários, eles chegaram no mar... e chegou aqui", diz a professora.
Os especialistas afirmam que, no Brasil, o peixe-leão foi encontrado entre 2015 e 2106, primeiramente com dois animais capturados, em Arraial do Cabo, na região dos Lagos, no Rio de Janeiro. No entanto, na época, não se confirmou se era uma invasão natural ou uma soltura de exemplares do mercado ornamental.
Recentemente, em 2020, foram feitos registros em Fernando de Noronha e nos recifes da foz do Rio Amazonas, entre os estados do Amapá e Pará. No Ceará, foi encontrado em 7 praias do litoral oeste, pela primeira vez, no dia 07 de março deste ano.
A Universidade Federal do Ceará, através do Instituto Labomar, lançou um aplicativo para monitorar a espécie e formar uma rede colaborativa no país. A ferramenta vai permitir determinar a localização geográfica e a quantidade de animais encontrados.
O oceanógrafo Oscar de Souza Duarte ressalta que o monitoramento do peixe invasor é essencial para manter o equilíbrio da fauna da região. "Onde ele chega, ele consegue se estabelecer, porque ele consegue se adaptar; a adaptação dele é muito fácil. Por isso, é recomendada a captura, a retirada dos indivíduos de onde eles foram encontrados", alerta o especialista.