Amazônia tem segundo maior desmatamento no primeiro trimestre em 15 anos
Devastação acumulada de janeiro a março chegou a 687 km², área equivalente ao território de Salvador
O desmatamento na floresta amazônica encerrou o primeiro trimestre de 2022 em alta. Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), foram devastados 687 km² de mata, área equivalente ao território de Salvador, na Bahia. O número é o segundo maior acumulado para o período em 15 anos - desde que a instituição iniciou o monitoramento da área.
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O primeiro trimestre só não foi pior do que no ano passado, quando a derrubada da floresta chegou aos 1.185 km². Na comparação com 2021, o acumulado deste ano foi 42% menor. Isso porque, embora o instituto tenha registrado aumento no desmatamento em janeiro e em fevereiro, em março houve uma queda de 85% na devastação, passando de 810 km² em 2021 para 123 km² em 2022.
Em março, 46% de todo o desmatamento registrado na Amazônia ocorreu em Mato Grosso: 57 km². Esse foi o terceiro mês consecutivo em que o Estado liderou o ranking na região. Além disso, metade dos 10 municípios que mais desmataram ficam em solo mato-grossense: Nova Ubiratã, Juara, Feliz Natal, Porto dos Gaúchos e Juína. Juntos, eles somaram 35 km² de floresta derrubada, 61% do registrado regional.
Em segundo lugar ficou o Pará, com 27% da derrubada da Amazônia, 33 km². Desse total, 21% (7 km²) foram registrados apenas dentro de duas unidades de conservação, a APA Triunfo do Xingu e Flona do Jamanxim. O Estado de Roraima ficou em terceiro lugar no ranking de desmatamento, com 11% (13 km²), seguido pelo Amazonas, com 10% (12 km²).
"Em breve entraremos no período seco, onde historicamente a derrubada da floresta tende a ser maior. O fato de termos no trimestre de 2022 a segunda maior área desmatada em 15 anos nos mostra que o desmatamento ainda segue em ritmo intenso na Amazônia", ressalta Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
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