Acampamento Terra Livre deve reunir 8 mil indígenas em Brasília
Evento ocorre no mesmo período em que Congresso e governo pautam votações importantes
A 18ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília, começou na 2ª feira (4.abr) e vai até 14 de abril. O tema deste ano é "Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política". Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a expectativa é reunir aproximadamente 8 mil indígenas.
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O evento ocorre no mesmo período em que o Congresso Nacional e o governo federal pautam votações de projetos que violam os direitos dos povos originários, como o Projeto de Lei 191/2020, que abre as terras indígenas para a mineração.
Ao longo dos dez dias do ATL 2022, a programação inclui tradições, cantos e palavras de ordem "para denunciar a política anti-indígena do atual governo", diz a Apib.
"Depois de dois anos de Acampamento Terra Livre on-line, pelas telas, voltamos a ocupar Brasília, a Esplanada dos Ministérios, e voltamos presencialmente a pintar Brasília de urucum e jenipapo. Trazemos a forma da diversidade dos povos indígenas do Brasil, trazemos essa resistência, que é secular da luta indígena, que traz ainda como principal bandeira a demarcação das terras indígenas", afirma Sônia Guajajara, da coordenação executiva da Apib, e candidata a vice-presidente da República em 2018, na chapa de Guilherme Boulos (PSol).
Sônia reforça ainda que os povos estão se preparando para voltar em junho, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) julgará o marco temporal. O julgamento irá definir o futuro das demarcações de terras indígenas no Brasil.
Outros projetos de lei em trâmite no Congresso serão debatidos durante todo o Acampamento, além do debate "Aldear a Política: nós pelas que nos antecederam, nós por nós e nós pelas que virão", que pretende fortalecer indígenas mulheres para as eleições 2022.
