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Apreensão de pistolas sobe 73% no DF após decretos de Bolsonaro

Exclusivo: arsenal apreendido em 5 anos contém metralhadora, lançador de granada e até canhão

Apreensão de pistolas sobe 73% no DF após decretos de Bolsonaro
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O número de pistolas apreendidas no Distrito Federal cresceu 73% nos últimos três anos, período de validade dos decretos editados pelo governo de Jair Bolsonaro para flexibilizar o acesso a armamentos pelos civis. O modelo de arma tem maior poder de fogo se comparado a revólveres, que apresentaram queda de 7% nas apreensões em 2021. Os números exclusivos da Polícia Civil foram obtidos pelo SBT News por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

O modelo de pistola com maior aumento percentual dos registros feitos pela Polícia Civil foi a 9mm. Antes de 2019 a arma estava restrita às forças de segurança, mas passou a ser autorizada para civis com as novas regras. Apenas em 2021 foram apreendidas 236 dessas pistolas, contra 41 registros feitos dois anos antes, um crescimento de 475%.

Além do crescimento nas apreensões de armamentos mais pesados, o levantamento mostra uma mudança do perfil das armas recolhidas pela Polícia Civil no Distrito Federal. Se até 2019, para cada pistola aprendida mais de dois revólveres eram encontrados, em 2021 tal proporção chegou a quase um para um, o que demonstra maior circulação desse modelo de armas.

quadro de armas apreendidas no DF
Evolução do número de armas apreendidas no Distrito Federal

Pelo levantamento não é possível identificar a origem das armas, mas pesquisadores entrevistados pelo SBT News se baseiam em estudos anteriores para levantar a hipótese de que tal tipo de armamento teve origem no mercado legal - ou seja, foi comprado por civis ou integrantes das forças de segurança e acabaram na mão de quadrilhas. Os dados têm como base registros similares no Rio e em São Paulo.

"As nossas pesquisas mostram que as armas apreendidas com grande poder de fogo, como fuzis e metralhadoras, chegam a partir do tráfico internacional e são vendidas para quadrilhas. A arma que é a principa vilã do crime, que assalta o trabalhador ou é usada para roubos de carros, é a arma curta, as pistolas e os revólveres, que em boa parte chegam pelo mercado legal", diz Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz.

Há outro problema na mudança dos perfis das apreensões e, por tabela, na compra pelos civis. "Se o cidadão opta por comprar uma arma em casa para defender a família, a pistola não é a arma mais indicada porque exige uma manutenção frequente ao contrário do revólver. E esse cidadão não vai ter o hábito de fazer essa manutenção", afirma Arthur Trindade, ex-secretário de Segurança do DF e professor de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB).

O levantamento exclusivo mostra que desde 2017 a Polícia Civil recolheu lançador de granada, metralhadoras e até canhão de 28mm. Ao todo, no período, foram apreendidas 8.348. O aumento nos últimos três anos representa um percentual de 20%. Segundo Trindade, a partir de pesquisas, é possível verificar que o cidadão que tem uma arma em casa tem três vezes mais chances de ter a casa roubada. "A arma é um objeto do desejo do bandido."

Tanto Trindade quanto Langeani concordam que o aumento de apreensões está relacionado às mudanças no Estatuto do Desarmamento e ao crescimento das autorizações para compra de armas. Ao longo dos últimos meses, reportagens do SBT News mostram o aquecimento do comércio de armamentos, principalmente na liberação de revólveres e pistolas e autorizações de caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) e clubes de tiros por parte do Exército.

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