"Flávia Arruda não vai ser demitida pela imprensa", diz Bolsonaro
Chefe da Secretaria é alvo de crítica do Centrão por suposto atraso em despacho de pedido parlamentar
O presidente Jair Bolsonaro (PL), logo após receber alta do hospital Vila Nova Star, na manhã desta 4ª feira (5.jan), afirmou que não vai demitir a ministra Flávia Arruda, chefe da Secretaria de Governo, ministério do Palácio do Planalto responsável pela articulação política. Arruda é alvo do Centrão por suposto atraso de despachos de requisições dos parlamentares no orçamento paralelo.
"Agora onde a Flávia Arruda está errada? Desconheço. Se por ventura estiver errando, eu chamo e converso com ela. Ela não será demitida jamais pela imprensa", disse Bolsonaro.
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Integrante do PL e ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) na Câmara, a deputada licenciada Flávia Arruda coordenou a elaboração do Orçamento de 2021 e deixou o comitê para assumir a vaga no Palácio do Planalto.
"A indicação da Flávia Arruda foi minha. Por que eu indiquei? Não é por ser mulher, por nada. Foi pela competência dela, foi relatora do Orçamento. Pra mim ninguém ligou pra mim. Ninguém pede a cabeça de ministro como acontecia no passado", disse o presidente.
No entanto, ao não cumprir acordos com parlamentares do Centrão, a rachadura no governo se abriu e o governistas pedem a saída de Arruda. Hugo Motta (PB), líder do Republicanos, partido que faz parte da base do governo Jair Bolsonaro, avisou que vai defender a demissão de Arruda e que o governo não precisa contar nem com ele e nem com seu partido.
A ministra foi insultada por telefone pelo líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), que pedia a liberação de emendas na ocasião. No fim de 2021, cerca de R$ 600 milhões para projetos patrocinados por parlamentares nos estados não foram liberados por Arruda, que acusa o Ministério da Economia pelo erro. Pelas regras do Orçamento, o valor é difícil de ser recuperado. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro, estão fora da mira de culpados do Centrão.
Jair Bolsonaro ainda criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e acusou o político de negociar cargos em troca de apoio político. "Sabe como o Lula tá conseguindo apoios por ai com outras lideranças políticas? Negociando, eu não vou falar aqui para não polemizar, mas para uma dessas pessoas ofereceu a Caixa Econômica e um ministério. Assim ele tá fazendo", disse.
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