Desmatamento na Amazônia chega a mais de 10 mil km² no ano
Segundo Imazon, área acumulada já é equivalente a sete vezes a cidade de São Paulo
A área florestal desmatada na Amazônia chegou a 10.222 km² de janeiro a novembro deste ano, o que representa o maior acumulado dos últimos 10 anos para o período, sendo 31% superior do que o registrado em 2020. Os dados, divulgados nesta 2ª feira (20.dez), são do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
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Segundo o levantamento, o mês de novembro registrou 480 km² de área desmatada -- tamanho correspondente ao território de Porto Alegre. Com isso, 2021 teve o segundo pior novembro da década, atrás apenas de 2020, quando 484 km² de floresta foram destruídos no mês. Já no acumulado do ano, a área de desmatamento chega a ser equivalente a sete vezes a cidade de São Paulo.
Apenas três dos nove Estados da Amazônia Legal foram responsáveis por 80% do desmatamento na região em novembro: Pará, Mato Grosso e Rondônia. O caso mais grave é do Pará, Estado que lidera o ranking de destruição da floresta há sete meses consecutivos, que registrou apenas em novembro 290 km² de devastação.
Isso representa 60% da área desmatada na Amazônia no mês e é 26% maior do que o detectado em solo paraense em novembro do ano passado. Além disso, 16 dos 20 municípios e assentamentos que mais destruíram a floresta no mês ficam no Pará, o que, segundo a Imazon, alerta para a necessidade de ações de combate mais efetivas no Estado.
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Já Mato Grosso e Rondônia foram responsáveis, respectivamente, por 54 km² (11%) e 42 km² (9%) do desmatamento registrado na região em novembro. Esses dois Estados também possuem cinco das 20 áreas protegidas que mais sofreram com a devastação da floresta, sendo duas unidades de conservação e três terras indígenas. São elas: Esec de Samuel (RO), Resex Jaci Paraná (RO), TI Karipuna (RO), TI Menkü (MT) e TI Rio Guaporé (RO).
"As consequências do aumento do desmatamento observado neste ano são inúmeras, entre elas a intensificação do aquecimento global, a alteração do regime de chuvas e a perda da biodiversidade", alerta a pesquisadora da entidade, Larissa Amorim. "Além disso, a destruição da floresta também ameaça a sobrevivência de povos e comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas e extrativistas."
Segundo a especialista, é preciso intensificar as ações de fiscalização e punição dos responsáveis pelo desmatamento ilegal para reduzir o rítimo de devastação, principalmente nas áreas crítica. "É necessário também embargar as atividades que estão ocorrendo em locais desmatados ilegalmente", reforça Larissa.