Caminhoneiros esvaziam reunião com ministro e greve ganha força
Categoria se sente "traída" e cobra mais "empenho" do governo Bolsonaro para atender demandas
Mais de 70 lideranças se reuniram nesta 5ª feira (28.out) em um evento promovido pela Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomo e Celetistas e esvaziaram a agenda que a categoria tinha com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para tratar de reivindicações do grupo, como o alto preço do diesel. Com o atrito entre os caminhoneiros e integrantes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), o movimento de greve ganha cada vez mais força.
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É discutida uma nova paralisação na próxima 2ª feira (1º.nov). Os caminhoneiros se sentem "traídos" pela falta de "empenho" de Bolsonaro e de Tarcísio para garantir demandas já antigas da categoria, que apoiou a eleição do presidente em 2018. Após diversas altas consecutivas no valor dos combustíveis, a principal pauta do grupo é a mudança na política de preços da Petrobras.
Ao SBT News, o presidente da frente, deputado Nereu Crispim (PSL-RS), afirmou que ainda não há uma definição em torno da greve. Mas ressalta a união e a organização da categoria nos estados. Segundo ele, líderes têm se comunicado com maior frequência e parecer estar "convictos" de que é necessário pressionar o governo. Por outro lado, o parlamentar também cobrou o Executivo por mais diálogo com os caminhoneiros.
Para tentar reduzir o valor do diesel, o governador Wellington Dias (PT-PI), coordenador do Consórcio Nordeste, disse que, até 6ª feira (29.out), os governos estaduais vão tentar fechar uma proposta de congelamento do ICMS dos combustíveis por 90 dias. Questionado se a medida surtiria efeito, Crispim disse que o sentimento é o mesmo: medidas paliativas que não refletirão em todas as bombas do Brasil.
Além da mudança na política de preços da Petrobras, a categoria reivindica também a volta da aposentadoria especial -- concedida depois de 25 anos de contribuições previdenciárias -- e o piso mínimo de frete, que tem sido alvo de ações na Justiça.
Após a publicação da reportagem, o Ministério da Infraestrutura disse que não convidou caminhoneiros do movimento grevista para o encontro de 5ª feira. A pasta alegou ainda que já realizou três reuniões com lideranças específicas de setores estratégicos, e que o governo está "seguro" de que não haverá greve no dia 1º.
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