Brasil é o 2º país que mais busca pelo termo "ansiedade" no Google
Números refletem crise política, econômica e social vivida pelos brasileiros, segundo especialistas
Nos últimos 12 meses, os brasileiros fizeram 48 milhões de buscas pelo termo "ansiedade" no Google, número que coloca o Brasil como o segundo país no ranking, atrás apenas dos Estados Unidos. Os americanos procuraram a expressão 129 milhões de vezes no período de um ano, de acordo com dados divulgados pela empresa de tecnologia.
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Em agosto de 2021, os brasileiros buscaram por ansiedade 5,5 vezes mais do que em janeiro de 2004, quando o Google começou a registrar o comportamento de seus usuários. O interesse por ansiolíticos também cresceu muito, sendo 5 vezes maior no caso do Clonazepam.
De acordo com especialistas, os números podem refletir um efeito da situação do país, que, além de enfrentar a maior crise sanitária da história, vive uma conjuntura política, econômica e social de muita instabilidade.
"A falta de suprir as nossas necessidades básicas interfere, sim, na nossa saúde mental. Segundo Maslow as nossas necessidades fisiológicas -- tais como alimentação, higiene, saúde, sono tranquilo -- precisam ser supridas para termos condições de elaborarmos as nossas necessidades emocionais. Na hierarquia das necessidades humanas, a primeira necessidade é comer, em seguida sentir-se seguro, se socializar, autoestima e, por último, crescimento financeiro", explica a psicóloga Sirlene Ferreira.
Internet
Ainda segundo a especialista, é importante procurar ajuda de profissionais, mas em situação de vulnerabilidade como a de muitos brasileiros, buscar auxílio na internet não é uma opção a ser descartada.
"É importante salientar que o tratamento dos transtornos mentais deve ser realizado com profissionais preparados e especializados no assunto. Porém, sem condições para isso, sim a internet pode oferecer 'dicas' que podem colaborar e ajudar as pessoas nessa condição", diz. "O profissional se especializou no assunto e, dessa forma, podemos oferecer mais do que conforto. O profissional oferece a cura para a ansiedade e os demais transtornos emocionais", acrescenta a psicóloga.
Trabalho
Para diminuir os efeitos nocivos causados pela pandemia à saúde mental de seus funcionários, uma empresa de inteligência artificial com sedes em Florianópolis e São Paulo passou a oferecer atendimento piscológico aos seus colaboradores. "Com todas as preocupações e perdas associadas à pandemia, percebemos que os desafios em lidar e se adaptar a essa nova realidade poderia levar à maior ansiedade e problemas emocionais nos times", afirma Jhonata Emerick, CEO da Datarisk.
"Estes atendimentos dão suporte emocional ao time, diminuindo a ansiedade, o medo e as incertezas geradas pela pandemia, além de melhorar as condições de trabalho", arremata o executivo.