6 em cada 10 profissionais de enfermagem em SP sofrem com saúde mental
Pesquisa é do Coren-SP; entrevistados relacionam sintomas a sobrecarga e condições de trabalho
Um estudo realizado pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren) de São Paulo mostra que 62,1% dos profissionais de enfermagem locais tiveram algum tipo de sofrimento mental durante a pandemia. Deste total, 70,2% dizem ter sintomas físicos, como fraqueza, tonturas e problemas para respirar, e 64,5% citam sintomas emocionais, como culpa, medo e pânico.
Como principais motivos para o desenvolvimento das condições, a pesquisa aponta para a sobrecarga de trabalho (71,4%), ausência de local adequado para descanso (39,4%) e agressões verbais (28,5%). Além disso, os profissionais que afirmaram ter sofrimento mental desde o início da pandemia (43,9%) ressaltaram que os sintomas aumentaram com o decorrer do tempo.
O estudo destaca ainda que 52,7% dos profissionais não procuraram ajuda. Entre eles, 41,8% não o fizeram por medo de julgamento, mudança de setor ou demissão; 41,4% acharam que poderiam lidar com o sofrimento sem ajuda dos outros; 31% têm vergonha de falar do assunto; e 26,2% não sabiam a quem recorrer.
A pesquisa foi realizada entre os dias 10 a 22 de agosto por meio de um questionário online. O estudo contou com a participação de 10.329 profissionais, entre enfermeiros, obstetrizes, técnicos e auxiliares de enfermagem. Destes, 55% atuam na rede pública de saúde e 46,6% atuam na rede privada.