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Às vésperas do 7 de Setembro, Brasília registra primeiras movimentações

Capital federal é ocupada por manifestantes pró e contra Bolsonaro; polícia inicia esquema de segurança

Às vésperas do 7 de Setembro, Brasília registra primeiras movimentações
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Sol de 32ºC, umidade de 20%, ipês floridos, ruas vazias... Seria um típico domingo de setembro em Brasília, não fosse o verde e amarelo em vários pontos da área central. Bandeiras do Brasil estão em capôs de carros, nas costas de manifestantes e esticadas em varais de ambulantes que aproveitam a movimentação para faturar. A dois dias do feriado de 7 de Setembro, a capital federal já aponta para as manifestações marcadas para o Dia da Independência.

Na Esplanada dos Ministérios, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) passeiam e tiram fotos nos principais monumentos da capital. Curiosamente, o Congresso Nacional -- cuja arquitetura é muito mais famosa -- atrai mais cliques do que o Palácio do Planalto. O verde e o amarelo da bandeira do Brasil se misturam às cores das flâmulas de outros estados. Tocantins, Paraná e Santa Catarina são alguns deles. Mas há ainda quem tenha vindo de São Paulo, Mato Grosso e do vizinho Goiás. Faixas e adesivos com mensagens de apoio a Bolsonaro e ao voto impresso, e críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) são frequentes.

Caminhões são poucos, mas barulhentos. Um desses veículos, com a bandeira brasileira estampada ao longo de toda a extensão lateral, agitou os presentes ao chegar à Alameda dos Estados -- em frente ao Congresso -- com o estampido da buzina. A poucos quilômetros, o Centro de Tradições Gaúchas (CTG), que já recebeu o presidente em um almoço, tem servido de estacionamento para manifestantes que vieram em motorhomes. O domingo, como manda a tradição gaúcha, foi de churrasco no local.

Em atrito com os outros Poderes da República, sobretudo com o Judiciário, Bolsonaro tem instado a militância a participar dos atos, os quais chegou a classificar de "nova Independência". Em discurso após passeio motociclístico em Pernambuco, no sábado (4.set), falou em ruptura e disse que as manifestações servirão para colocar "no devido lugar" aqueles que não respeitam o povo -- a quem chamou de "poder moderador" -- ou "ousam não obedecer a Constituição".

Na Esplanada neste domingo (5.set), as conversas quase todas giravam em torno do STF e sobravam piadas com o ministro Alexandre de Moraes -- "cuidado que ele vai te prender, hein?". Por tudo isso, a segurança nos atos é uma preocupação das autoridades do Distrito Federal. O trânsito de veículos já está bloqueado na Praça dos Três Poderes. Três fileiras de grades e viaturas policiais protegem o prédio da Suprema Corte.

Alheios aos motivos das manifestações, vendedores ambulantes aproveitavam a movimentação para faturar -- oportunidade rara em época de crise. Havia diversos deles ao longo de todo o Eixo Monumental, incluindo ao lado do Posto da Torre, no Setor Hoteleiro Sul, onde fica a lavanderia que foi investigada na origem da Operação Lava-Jato. Um dos varais de flâmulas à venda tinha uma bandeira do arco-íris -- símbolo do movimento LGBTQIA+ -- lado lado com uma do Brasil -- usada pelos apoiadores de Bolsonaro. Já uma comerciante que se assumiu bolsonarista disse aos risos: "Os 'vermelhos' gastam mais. Os 'verde e amarelos' são muito controlados".

Oposição

Na mesma avenida, o Eixo Monumental, mas cerca de 3 km distante do Congresso Nacional, indígenas acampam para participar de manifestação contra o marco temporal na 4ª feira (8.set), quando o Supremo retoma o julgamento do tema. Eles estão próximos da Torre de TV, onde estão marcadas manifestações de críticos ao presidente. Apesar de o acampamento indígena ter faixas contra Bolsonaro, ainda não há confirmação sobre a participação deles nos atos no 7 de Setembro. 
 

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