Policiais militares são presos após matarem suspeitos em São Paulo
Os agentes apresentaram o caso como legítima defesa, mas imagens desmentem versão
O sargento André Chaves da Silva e o soldado Danilton Silveira, da Polícia Militar, foram presos nesta 2ª feira (14.jun) por executarem dois suspeitos que estavam em um carro roubado, em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. Os homens -- Felipe Barbosa e Vinícius Procópio -- foram encontrados com 50 marcas de tiro pelos corpos.
Quando a dupla foi morta, na última 4ª feira (9.jun), a Polícia Militar apresentou o caso como legítima defesa, mas imagens recebidas -- no final de semana -- pela Corregedoria da corporação desmentem essa versão. O vídeo mostra dois agentes da Força Tática se aproximando de um carro e atirando várias vezes.
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É possível ouvir pelo menos 12 disparos, todos feitos pelos policiais. A ação foi praticada após viaturas perseguirem os suspeitos. O veículo no qual encontravam-se havia sido roubado um dia antes. Depois dos disparos, segundo a investigação, um deles ficou com 27 perfurações no corpo, e o outro, 23. A polícia só foi comunicada do caso quatro horas mais tarde.
Na delegacia, os agentes envolvidos disseram que "um dos suspeitos desceu pela porta do motorista segurando a arma". O outro, segundo eles, "ficou dentro do carro, com um revólver em punho, e efetuou um disparo que falhou". A delegada acreditou na versão e registrou, no boletim de ocorrência, que "para salvar suas próprias vidas, os policiais usaram -- moderadamente -- os meios necessários".
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Posteriormente, o juiz Ronaldo Roth decretou a prisão preventiva dos agentes por concluir que as imagens são claras ao demonstrar que os homens mortos não atirara me que houve excesso na ação. Dessa forma, após a audiência de custódio, André e Danilton foram encaminhados para o Presídio Militar Romão Gomes. Eles responderão agora pelos crimes de homicídio doloso e fraude processual, pois o Ministério Público (MP) acredita que os dois revólveres encontrados com os suspeitos podem ter sido plantados.
Um terceiro policail chegou a ser ouvido pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) nesta 2ª feira. Para a promotoria, casos assim colocam em risco a imagem da Polícia Militar. o ouvidor das polícias de São Paulo, Elizeu Lopes, concorda. Nas palavras dele, "não cabe a um policial, não cabe a ninguém fazer justiça com as próprias mãos". "Nós estamos em um Estado Democrático de Direito, então é preciso que a ação policial seja legal".
Veja reportagem do SBT Brasil: