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'Banco do Crime' pode ter lavado dinheiro do Iabas

SBT News teve acesso aos áudios utilizados pela PF em investigação que prendeu a família Neman

'Banco do Crime' pode ter lavado dinheiro do Iabas
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O SBT News teve acesso aos áudios utilizados pela Polícia Federal na investigação sobre a família responsável pelo "Banco do Crime", esquema milionário coordenado por uma família paulista para lavar dinheiro de origem ilícita.

Em uma ligação interceptada, Caio Neman, filho de Dalton Neman, chefe do esquema, explicou como o grupo atua. "Os caras mandam a grana para minha conta, vem a nota fiscal, ele esfria o dinheiro dele. Se quiser nota fiscal, eu tenho a 3,5%. A diferença eu dou em espécie para eles", afirmou.

A PF apura a relação do esquema com o Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde), organização contratada para gerir os hospitais de campanha do Rio de Janeiro durante a pandemia de covid-19.

Reprodução/SBT
Reprodução/SBT
Reprodução/SBT

O advogado e lobista Roberto Bertholdo, então representante do Iabas, é investigado pelos desvios e também por ser um dos clientes do "Banco do Crime". Segundo a Polícia Federal, Roberto Bertholdo transferiu R$ 700 mil de origem ilícita para o Banco Neman. Depois, a quantia foi repassada para a conta de uma empresa de fachada. O dinheiro foi sacado de um banco em Jandira, na Grande São Paulo, levado em um carro forte até um dos endereços da família, enviado em malas até o aeroporto Campo de Marte, na capital paulista, e, cinco horas depois já estava no Rio de Janeiro, nas mãos de outro lobista.

O "Banco do Crime" entrou no radar da Polícia Federal a partir da delação premiada de Felipe Morais, o piloto envolvido no assassinato de um integrante do PCC no Ceará. Ele revelou que os Neman lavavam as quantias que a facção ganhava com o envio de remessas de drogas para o exterior.

A investigação da Polícia Federal durou um ano e concluiu que a empresa criada pelos Neman tinha o único objetivo de regularizar quantias milionárias de organizações criminosas. O dinheiro que o PCC ganhava com o tráfico de cocaína se misturava com a propina de políticos corruptos.

"Os investigados não se importavam com a origem do dinheiro, seja faccionado, seja de colarinho branco, o que interessava pra eles era o valor e a comissão que eles recebiam com a movimentação desse dinheiro", disse Rodrigo de Campos, delegado federal responsável pelas investigações.

O advogado Roberto Bertholdo aguarda o fim das investigações em liberdade. Cinco pessoas ligadas à família Neman, incluindo Caio e Dalton, o chefe do esquema, foram presos nesta segunda-feira, 03. Em um ano, eles movimentaram R$ 700 milhões de forma ilegal.

Roberto Bertholdo afirmou que só vai se manifestar após ter acesso aos autos do processo. A família Neman não se pronunciou.

Assista à reportagem completa do SBT Brasil:

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