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Quem são os houthis, grupo rebelde que ataca navios no Mar Vermelho

Grupo iniciou uma série de ataques na principal rota de ligação marítima entre a Ásia e a Europa em protesto contra a guerra de Israel em Gaza

Quem são os houthis, grupo rebelde que ataca navios no Mar Vermelho
Grupo rebelde Houthis, do Iêmen | AP/Hani Mohammed
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Os Estados Unidos e a Inglaterra lançaram ataques aéreos contra alvos militares dos houthis, no Iêmen, na noite de quinta-feira (11), aumentando as tensões no Oriente Médio.

+ Corte Internacional de Justiça começa a ouvir alegação de genocídio contra Israel

O grupo rebelde prometeu atacar navios que transitam pela região do Mar Vermelho e do Golfo de Aden até que os ataques israelenses na Faixa de Gaza cessem. Até o momento, a operação militar de Israel, desencadeada após ataque de 8 de janeiro, já deixou mais de 23 mil mortos no enclave palestino, incluindo 10 mil crianças.

Segundo o Pentágono, até quinta-feira (11.jan), os houthis haviam lançado 27 ataques a diferentes navios que transitavam pelo sul do Mar Vermelho, fazendo com que muitas empresas de transporte marítimo interrompessem o fluxo na via navegável, redirecionando as embarcações para o Cabo da Boa Esperança, na África.

Na prática, isso significa um aumento de até 10 dias na rota Ásia-Europa, custando milhões às empresas e inflacionando o frete. Cerca de 12% do comércio global passa pela região do Mar Vermelho, incluindo remessas de petróleo refinado e bruto. A preocupação com os ataques, e o principal motivo da ofensiva norte-americana e inglesa, é a possibilidade de a perturbação aumentar os preços do petróleo e afetar as cadeias de abastecimento.

A fabricante de veículos elétricos Tesla, por exemplo, emitiu um comunicado neste semana informando que está suspendendo temporariamente a maior parte da produção de veículos elétricos e baterias modelo Y na sua fábrica na Alemanha. Segundo a empresa, a demora na entrega de componentes importados está criando "lacunas nas cadeias de abastecimento".

Quem são os houthis?

Conhecido como Ansar Allah (Partidários de Deus), o grupo surgiu no início dos anos 1990, no norte do Iêmen, como um movimento religioso afiliado a uma subseita secular do islã xiita chamada Zaidismo, que se tornou minoria no país com a chegada ao poder do regime sunita, após a guerra civil de 1962.

+ Israel nega que cometa genocídio contra palestinos

A ideia do movimento era resistir ao sunismo radical no Iêmen, influenciado pela Arábia Saudita. A relevância do grupo, no entanto, cresceu a partir de 2003, quando ganhou apoiadores ao se opor à invasão dos Estados Unidos ao Iraque e ao governo do presidente Ali Abdullah Saleh, que apoiou a ofensiva norte-americana e era considerado corrupto por eles. Em 2004, o fundador do grupo, Abdulmalek al-Houthi, foi morto por forças de segurança iemitas, mas o movimento continuou a ganhar força.

Em 2011, em meio à Primavera Árabe, Saleh concordou em entregar o poder ao vice-presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi. Impopular, o governo foi atacado novamente pelo movimento em 2014. Os rebeldes tomaram a capital, Sanna, e colocaram Hadi, o primeiro-ministro e dois outros ministros em prisão domiciliar.

Pouco depois, Hadi fugiu para Riade, na Árabia Saúdita, declarando-se presidente legítimo do Iêmen. Ele governa partes do país de lá até hoje, mas pouco mudou desde então. Em 2015, uma coligação liderada pela Arábia Saudita interveio no conflito, que se transformou numa guerra por procuração entre o reino e Irã.

A guerra matou mais de 150 mil pessoas, incluindo combatentes e civis, e criou um dos piores desastres humanitários do mundo, segundo a ONU.

Um cessar-fogo que tecnicamente terminou há mais de um ano ainda é amplamente respeitado. A Arábia Saudita e os rebeldes realizaram algumas trocas de prisioneiros, e uma delegação Houthi foi convidada para conversações de paz de alto nível em Riade, em setembro do ano passado. Mas, oficialmente, ainda não houve um tratado de paz.

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